Atualizado em 16/01/2025 – 08:54
A Azul e a Abra, holding controladora da Gol, oficializaram nesta quarta-feira (15) a assinatura de um memorando de entendimento que estabelece as bases para a fusão das duas companhias aéreas. O acordo está sujeito à aprovação dos órgãos reguladores, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), e a expectativa é que o processo seja concluído em até um ano. A operação conjunta deverá começar em 2026.
A fusão resultará na criação de uma empresa que deterá mais de 60% de participação no mercado de passageiros no Brasil. Embora as duas companhias tenham redes de destinos com pouca sobreposição, a união promete mudar o equilíbrio de forças na aviação brasileira.
Em entrevista ao Painel S.A., o CEO da Azul, John Rodgerson, que assumirá a presidência do novo grupo, mencionou que discutiu a operação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva há cerca de oito meses. Segundo Rodgerson, Lula expressou apoio à formação de uma companhia aérea nacional mais forte.
A concentração de mercado, que ultrapassará 60%, é um dos pontos de atenção para a aprovação da fusão. No entanto, Rodgerson argumenta que níveis semelhantes são observados pela Latam no Chile e em certos trechos no Brasil.
Condições e desafios
A concretização do acordo ainda depende de uma série de fatores, sendo a principal delas a finalização do processo de recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos, conhecido como Chapter 11. A renegociação com credores é essencial para reduzir o endividamento da empresa, que atualmente é um dos entraves para a fusão.
Pelo memorando, a alavancagem das duas companhias combinadas não poderá superar a da Gol após a renegociação com credores. Esse limite é estimado em quatro vezes o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações). Caso esse requisito não seja atendido, a fusão será inviabilizada.
Marcas independentes, operações integradas
Mesmo com a fusão, as marcas Azul e Gol continuarão existindo de forma independente. No entanto, haverá flexibilidade operacional: aeronaves de uma das empresas poderão realizar voos da outra, otimizando o uso da frota.
A fusão promete marcar um novo capítulo na aviação brasileira, consolidando as empresas em uma posição de liderança no mercado e alinhando estratégias para competir com outros grandes players do setor.
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