Atualizado em 22/11/2025 – 17:27
Aberto ao público novamente! O Teatro Carlos Gomes, no Centro de Vitória, foi reinaugurado na tarde deste sábado (22), após 8 anos fechado. Para receber os visitantes, a artista Flávia Junqueira preparou uma instalação artística convidando o espectador a adentrar seu universo imaginário, em uma experiência que acontece de forma única e que revela seu processo criativo. Suas obras são realizadas de maneira manual e totalmente analógica, utilizando técnicas de cenografia teatral que marcam sua trajetória. Para completar, na Praça Costa Pereira haverá a apresentação do cantor Silva e da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo (Oses).
O restauro, que durou dois anos, incluiu intervenções estruturais, instalação de tecnologia atualizada e criação de novos ambientes, preparando o teatro para atender de forma mais inclusiva e eficiente às demandas contemporâneas.
Restauração revela ‘tesouros’
O processo de restauração do Teatro Carlos Gomes, no Centro de Vitória, trouxe à tona elementos históricos até então ocultos no monumento inaugurado em 1927. As prospecções realizadas durante as obras identificaram douramentos originais em folha de ouro no proscênio, nos gradis dos camarotes e nos capitéis das colunas, além de outras características originais: detalhes característicos da arquitetura eclética do teatro. O público capixaba poderá conferir tudo durante a grande reinauguração, neste sábado (22).
As equipes também localizaram pinturas marmorizadas nas colunas metálicas, produzidas por meio da técnica de fingimento, comum desde o Renascimento, que imitava materiais nobres como mármore e metais preciosos. Com isso, o teatro recupera parte importante de sua identidade decorativa original.
Outra descoberta relevante foi a cor histórica do edifício. Estudos estratigráficos revelaram que a tonalidade mais antiga do teatro é o camurça, substituindo o amarelo mais recente que marcava a fachada. A cor foi certificada e aprovada pelo Conselho Estadual de Cultura por refletir o visual próximo ao da inauguração.
Durante a obra, também foi encontrado um trecho do piso da primeira fase do teatro, quando a plateia ainda era plana. O fragmento permanecerá visível por meio de uma janela de prospecção.
As descobertas reforçam o valor arquitetônico e artístico do Carlos Gomes e ajudam a recompor, com precisão histórica, a estética original do principal teatro do Espírito Santo.
“O mais importante é que nós conseguimos preservar isso tudo. Preservando a memória e a identidade capixaba, preservando toda aquela memória afetiva que o povo capixaba tem pelo teatro. Porque, para mim, a maior entrega no teatro justamente é essa, é voltar o palco do capixaba, é voltar o palco com essa afetividade e com esses elementos restaurados”, destacou a presidente do Instituto Modus Vivendi, Erika Kunkel, responsável pelo restauro.
As obras foram realizadas pelo Instituto Modus Vivendi, a partir de acordo de cooperação entre o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), como parte da iniciativa Resgatando a História, com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da EDP, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O valor total investido foi de R$ 20 milhões – sendo R$ 10 milhões provenientes do BNDES e R$ 10 milhões da EDP.

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