Entre a população capixaba que possui dois anos ou mais, 7,2% possui algum tipo de deficiência. A informação foi revelada por uma pesquisa do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) divulgada nesta semana, que utilizou dados do Censo 2022 apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para traçar um panorama detalhado da realidade de Pessoas com Deficiência e Pessoas Diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Brasil e, especificamente, no Espírito Santo.
A publicação considera pessoas com deficiência aquelas que apresentam ao menos uma das dificuldades funcionais a seguir: enxergar, mesmo com o uso de óculos; ouvir, mesmo com aparelhos auditivos; andar ou subir degraus, mesmo com próteses; pegar objetos pequenos ou abrir tampas, mesmo com aparelhos de auxílio; comunicar-se; cuidar de si; trabalhar ou estudar por limitações nas funções mentais.
Com média de 7,2% da população com dois anos com algum tipo de deficiência, o Espírito Santo se posiciona um pouco abaixo da média nacional brasileira, que é de 7,3%. Quando aplicado um recorte por sexo e raça, o Espírito Santo apresenta uma média maior de mulheres com deficiência (7,9%) e um maior índice entre indígenas (11,4%). Os percentuais são de 8,1% entre as mulheres e 8,6% na população amarela quando se observa o cenário nacional.
O levantamento revela também que, entre os tipos de deficiência, a dificuldade permanente para enxergar, mesmo com o uso de óculos ou lentes, é a mais comum no Espírito Santo, com um índice de 3,9%. Quando analisado o número de residências com pelo menos um morador com deficiência, o estado registrou um percentual de 15,4%.
Foi analisada também a taxa de analfabetismo entre pessoas com deficiência com 15 anos ou mais, onde o Espírito Santo apresentou um índice de 19,49%. Considerando apenas a população preta capixaba com deficiência, a taxa sobe para 25,51%. Já a taxa de analfabetismo entre os indígenas com deficiência no Estado, é de 24,39%.
Quando analisando especificamente os dados sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), o estudo aponta que 1,3% da população residente do Espírito Santo é diagnosticada com o transtorno, o equivalente a 51.328 pessoas. A média é similar à apresentada no Brasil, que registrou 1,2%.
Quando analisado o recorte racial, é a população índigena do Espírito Santo que apresenta o maior número de pessoas diagnosticadas com TEA, com uma média de 1,8%. O índice supera a média nacional entre a população indígena (1,5%). No recorte por sexo, os homens sçao a maioria, representando 3,1% dos diagnosticados no Estado.
Entre os estudantes de 6 anos ou mais a prevalência também é maior: 2,1% no Espírito Santo, frente a 1,7% no país. Entre os estudantes indígenas de 6 anos ou mais diagnosticados com TEA, a média estadual (2,3%) representa quase o dobro da registrada em nível nacional (1,1%).
Ainda entre os estudantes, 4,4% dos diagnosticados frequentam o nível de Alfabetização de Jovens e Adultos. O estudo mostrou também que o Espírito Santo apresentam o mesmo percentual nacional de pessoas na faixa etária de 25 anos ou mais diagnosticadas com autismo, 0,9%.
Todos os dados acima e mais informações podem ser acessados no estudo disponibilizado no site do Instituto Jones dos Santos Neves. O diretor-geral da instituição, Pablo Lira, destaca a importância de se obter essas informações.
“Dar visibilidade à realidade das pessoas com deficiência e daquelas diagnosticadas com TEA é essencial para promover uma sociedade mais inclusiva e esses indicadores contribuem para que o debate público e a formulação de políticas sejam baseados em dados concretos, refletindo as necessidades e especificidades dessas populações”, afirma Lira.

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