Atualizado em 11/04/2025 – 12:43
Quatro réus do caso conhecido como “Chacina da Ilha”, ocorrida em setembro de 2020, em Vitória, serão julgados pelo Tribunal do Júri na próxima segunda-feira (14), previsto para começar às 9 horas, no Fórum Criminal da capital do Espírito Santo. Esta será a quinta tentativa de se realizar o julgamento, as anteriores foram sendo adiadas ao longo dos anos.
O crime ocorreu na Ilha Doutor Américo Oliveira – conhecida como Ilha da Pólvora -, próximo ao bairro Santo Antônio, na Baía de Vitória, em 28 de setembro de 2020. Seis jovens aproveitavam o dia na praia quando foram confundindo com integrantes de uma facção criminosa, sendo alvos de armas de fogo. Quatro morreram e dois, apesar de feridos, sobreviveram.
O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da 14ª Promotoria de Justiça Criminal de Vitória, denunciou os réus pelos crimes de homicídio qualificado (quatro vezes), tentativa de homicídio qualificado (duas vezes), corrupção de menores e associação para o tráfico de drogas. Todos os réus encontram-se presos preventivamente.
Foram denunciados: Felipe Domingos Lopes, conhecido como “Cara de Boi” ou “Boizão”; Victor Bertholini Fernandes, o “Vitinho”; Werick Sant’Ana dos Santos da Silva, chamado de “Mamão”; e Adriano Emanoel de Oliveira Tavares, apelidado de “Balinha” ou “Bamba”.
Na denúncia, o MPES requereu ainda a fixação de indenização mínima por danos materiais e morais às famílias das vítimas, além da condenação dos denunciados pelos crimes praticados.
A chacina
A motivação apontada pela investigação foi a rivalidade entre facções ligadas ao tráfico de drogas. Segundo o MPES, os autores integravam uma associação criminosa e cometeram os homicídios como forma de intimidação e demonstração de poderio bélico.
Conforme a denúncia oferecida pelo MPES, os réus, com a ajuda de um adolescente, executaram quatro vítimas e tentaram matar outras duas, utilizando armas de fogo, sob o pretexto de que as vítimas pertenciam a uma facção criminosa rival.
As vítimas foram subjugadas por mais de 30 minutos, sofreram ameaças, foram filmadas, interrogadas e tiveram seus celulares invadidos, antes de serem atingidas pelos disparos.
Três pessoas morreram no local e uma quarta faleceu após ser socorrida. Outras duas conseguiram sobreviver após fugirem e receberem atendimento médico.

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