Atualizado em 15/01/2025 – 08:18
O Espírito Santo concentra cerca de 90% dos casos de Oropouche do Brasil, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Nesta segunda-feira (13), representantes do Ministério da Saúde estiveram em Vitória para uma reunião com representantes do Estado para tratar sobre o enfrentamento às arboviroses, que também abrangem doenças como dengue, chikungunya e Zika.
O encontro, que teve como foco principal as ações voltadas à dengue e ao Oropouche, contou com a presença do secretário de Estado da Saúde, Tyago Hoffmann, e da secretária Nacional de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel.
Segundo Hoffmann, o cenário capixaba, em especial da dengue, que vem de dois anos consecutivos de alta de casos, e o aumento no número de casos positivos para a Oropouche, reforçam a manutenção de ações e a implementação de novas estratégias.
“O Espírito Santo concentra cerca de 90% dos casos de Oropouche do País e estamos no Verão, com altas temperaturas e dias chuvosos, que auxiliam na proliferação do Aedes aegypti. Receber o Ministério da Saúde reforça a parceria que devemos manter a fim de continuar trabalhando juntos para levar uma saúde de qualidade e prevenção para as pessoas, envolvendo os municípios e a sociedade civil organizada também”, destacou o secretário.
Até o momento foi confirmada uma morte ocasionada pela Febre do Oropouche. De acordo com a Sesa, a vítima que morreu era uma mulher de 61 anos, moradora de Fundão, na Grande Vitória. Um outro óbito ainda está em investigação. Além disso, a doença está associada a casos de microcefalia em bebês, por meio de transmissão vertical, e o Espírito Santo também já registrou o primeiro caso.
Dengue
Durante o encontro, foram tratadas as ações voltadas para a implementação de novas tecnologias de controle vetorial contra o Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e Zika, como a de aplicação da Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI), que é utilizada para combater o mosquito adulto e já acontece em 15 municípios capixabas; o uso de armadilhas do tipo ovitrampa; a aplicação de larvicidas em depósitos que não podem ser eliminados. Discutiu-se também como o uso da Wolbachia, uma bactéria que infecta o mosquito e o torna estéril. Entretanto, algumas dessas tecnologias ainda não estão disponíveis em escala operacional para todos os estados e municípios.
Outras ações de enfrentamento à dengue foram em relação à conscientização da população, com estratégias de educação e saúde. Esta ação também é importante para o enfrentamento do Oropouche, uma vez que não há controle químico.
“É muito importante estarmos fazendo ações combinadas com a Sesa, principalmente neste momento que tivemos a mudança de muitos gestores municipais que foram eleitos, novos prefeitos e prefeitas, que acabam mudando suas equipes e isso faz com que tenhamos uma diminuição dessas ações voltadas às arboviroses”, disse a secretária Nacional de Vigilância em Saúde e Ambiente, do Ministério da Saúde, Ethel Maciel.
Além das ações de enfrentamento ao vetor, os profissionais abordaram também questões sobre o manejo do paciente com dengue ou Oropouche na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) a fim de estruturar estratégias ainda mais eficazes e preparar o SUS para atender aos possíveis aumentos no número de casos graves. Uma dessas ações é a ampliação de capacitações a serem ofertadas aos profissionais de saúde e também o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde (APS).
O encontro contou ainda com a presença do superintendente Estadual do Ministério da Saúde no Espírito Santo, Luiz Carlos Reblin; o subsecretário de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso; e o diretor do Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES), Rodrigo Ribeiro Rodrigues.
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