Atualizado em 12/03/2025 – 09:07
Um homem de 35 anos, suspeito de tentar matar uma mulher trans com golpes de facão em um posto de combustíveis na Serra, na Grande Vitória. Segundo a polícia, tudo teria acontecido após um programa combinado entre os dois. A vítima sobreviveu e está se recuperando. O detido foi levado para uma unidade prisional e está á disposição da Justiça.
O crime ocorreu no dia 13 de janeiro deste ano e o homem foi preso no dia 30 do mesmo mês, mas as informações só foram divulgadas pela Polícia Civil em coletiva nesta terça-feira (11). Ele foi detido depois que a equipe de investigação conseguiu a informação de que ele iria comparecer a uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho. A prisão aconteceu no local, após a audiência. O investigado, identificado como Marcos de Jesus Silva, confessou ser o autor dos golpes.
O crime
O crime aconteceu em um posto de combustível localizado no bairro Jardim Limoeiro, na Serra. O motivo teria sido uma desavença entre o agressor e a vítima, que é garota de programa, sobre o pagamento de um programa. Na ocasião, o agressor retirou a vítima do carro em que estavam e desferiu dois golpes de facão, um que atingiu e trincou o crânio da mulher. No segundo golpe, que também foi em direção a cabeça da vítima, a mulher conseguiu levantar as mãos para se defender e, assim, sofreu cortes no dedo indicador e tendão.
Segundo o chefe da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori, o caso não foi levado à polícia imediatamente.
“No dia do crime, 13 de janeiro, a DHPP não foi acionada. No dia 20 de janeiro, após a vítima sair do hospital, ela compareceu à delegacia e registrou um boletim de ocorrência. Na ocasião, inclusive, ela forneceu fotos e vídeos do suspeito. Ela foi ouvida, fez um reconhecimento e a partir deste momento nós instauramos o inquérito policial, identificamos e qualificamos o suspeito do crime e representamos pela prisão temporária, que foi decretada”, elucidou.
Versões diferentes
Apesar de Marcos ter confessado ser o autor dos golpes à polícia, ele e a vítima relataram versões diferentes do ocorrido. A vítima afirma que, no dia, os dois acertaram um programa por R$ 50,00 e, após, o suspeito não conseguiu realizar o pagamento. Ela começou, então, a fazer imagens do suspeito, que a retirou do carro e desferiu os golpes.
Já o detido alega que, após o programa, a vítima exigiu mais dinheiro do que o acordado e que pediu R$ 2 mil para não contar sobre o programa para a mulher de Marcos, enquanto o ameaçava com uma faca, o que motivou os golpes. Ele afirma que, depois da agressão, o punhal usado pela vítima caiu no chão.
A versão de Marcos foi negada pela principal testemunha do caso: um homem que trabalha como frentista no posto de gasolina em que o crime ocorreu. Segundo a polícia, ele relatou não haver nenhum punhal no local no momento do crime. Nas imagens capturadas pela vítima, também é possível confirmar que o homem não estava sendo ameaçado com uma faca.
“A gente tem que deixar bem claro aqui que, independente da desavença entre ambos no valor do programa ou na forma de pagamento, nada justifica o ato covarde, brutal e desproporcional praticado contra a vítima”, afirmou o delegado.
O investigado já tinha duas passagens pela polícia por posse ilegal de arma de fogo e munição, uma em 2010 e outra em 2016. Ele se encontra em prisão preventiva e é réu em ação penal.

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