Atualizado em 15/10/2025 – 16:44
Neste 15 de outubro, Dia dos Professores, data que homenageia quem faz da educação um instrumento de mudança, a história de Pâmella Paio Franco mostra como o ensino pode transformar vidas. Professora das séries iniciais, agente de educação das relações étnico-raciais (ERER), pedagoga articuladora de aprendizagem na rede de ensino público de Vila Velha e coordenadora pedagógica do cursinho popular da Rede Emancipa, ela encontrou na escola um refúgio e, hoje, dedica sua vida a transformar outras realidades por meio do ensino.
Para Pâmella, trabalhar com a educação representa a concretização de um sonho que surgiu ainda na infância, quando a escola representava um local de acolhimento em meio à falta de oportunidades.
“Ser professora sempre foi um sonho. Desde criança, eu dizia que trabalharia em uma escola, porque era um lugar onde eu me sentia bem, um refúgio em meio a uma infância difícil. A escola sempre representou para mim um espaço de acolhimento, aprendizado e possibilidades. A minha trajetória não foi simples. Eu não pude concluir os estudos no tempo certo. Fui impedida de muitas formas, pelas circunstâncias da vida, pelas dificuldades e pela falta de oportunidades. Mas quando conquistei minha independência, fiz de tudo para retomar o sonho interrompido. Segui estudando, me formei e fiz da educação o meu caminho e minha missão”, explica.
Com 18 anos de carreira como professora e pedagoga, Pâmella já passou por diferentes segmentos da educação, sempre movida pela crença de que ensinar é um ato de transformação. Para ela, cada sala de aula é uma oportunidade de ensinar e aprender junto com os alunos e de despertar neles a autonomia e o olhar crítico sobre o mundo.
“Acredito profundamente na educação como instrumento de transformação social. Essa visão é inspirada em pensadores e pensadoras que enxergam o ato de educar como um ato político e libertador, como Paulo Freire, com sua pedagogia do diálogo e da esperança, e Nilma Lino Gomes, que defende uma educação pública, de qualidade e comprometida com a equidade racial e social”, destaca a professora.
Essa crença se reflete em sua atuação no ensino público e no Cursinho Popular Emancipa, projeto que oferece ensino preparatório para a prova do Enem de forma gratuita para jovens da rede pública que sonham com o acesso à universidade.
A professora explica que trabalhar no projeto é ver, na prática, o ato de educar como político e libertador.
“O impacto da educação se manifesta a cada estudante que quebra o ciclo de desigualdade, restaurando a autoconfiança e a esperança de toda a família. Formamos jovens com senso crítico, prontos para serem agentes de transformação social e da própria vida. O Emancipa, para mim, é a realização do sonho que eu mesma não tive na juventude, e por isso, uso toda a minha experiência e compromisso para garantir que a força da educação pública e popular transforme a vida de cada um de nossos alunos”, afirma Pâmella.
Como professora, ela entende a responsabilidade que carrega e o impacto que um profissional da educação pode ter. “Desde os meus primeiros anos, quando eu buscava na escola aquele refúgio e aquele espaço de acolhimento, os professores foram, a minha grande inspiração e fonte de segurança. Muitos passaram pela minha vida e cada um deixou um legado, um ensinamento que carrego”.
“É por isso que eu enxergo o impacto de um professor na vida de um aluno como absolutamente transformador e, muitas vezes, determinante. Nós somos mais do que mediadores de conteúdo; somos catalisadores de sonhos, modelos de ética e, para muitos, como foi para mim, um ponto de apoio e segurança em meio às dificuldades da vida. O professor tem o poder de acender a chama da autonomia e do desejo de aprender, de desafiar preconceitos e de ampliar o olhar do aluno sobre o seu lugar no mundo”, completa Pâmella.

Receba, semanalmente e sem custos, os destaques mais importantes do ES diretamente no seu e-mail.