Atualizado em 09/03/2025 – 17:53
“O Carnaval de Rua do Centro de Vitória só termina quando o Waguinho, de onde ele estiver, disser que é PRAKABÁ”. Assim foi anunciado o bloco que encerrou a folia da capital, na tarde deste domingo (9). O Prakabá reuniu centenas de foliões em frente ao Bar da Zilda, na Rua Sete de Setembro, e com um boneco gigante, homenageou Waguinho – o responsável por toda essa tradição – que faleceu em fevereiro deste ano.
Waguinho era garçom, e por conta da profissão, nem sempre conseguia estar na folia de rua do Centro, então levou a proposta de fazer um bloco de encerramento do Carnaval de Rua do Centro após o período oficial da festa, em que ritmistas e foliões de todos os blocos do Centro e de blocos amigos se encontrassem, sem prévio ensaio, em um Grande Encontro de Estandartes. Surgiu, assim, em 2016, o Bloco Prakabá, permitindo que trabalhadoras e trabalhadores do período de carnaval de rua não ficassem de fora da folia.

O ator, diretor de teatro e bonequinha Dudu Guimarães foi quem fez o boneco gigante em homenagem a Waguinho, em apenas duas semanas.
“Eu fiz bem rapidinho, normalmente eu demoro cerca de um mês pra fazer os bonecos. O cabelo eu colei hoje de manhã! Mas isso que é legal porque eu conheci ele, essa é uma pessoa maravilhosa, e não tive como negar fazer um boneco dele para essa homenagem. Um cara incrível que todos do Centro conheciam. O Prakabá faz essa reunião de todos os blocos, e que o carnaval só acabava quando o Waguinho falava ‘é pra acabar’! E o Prakabá disparava”, contou.
A ritmista e advogada Zanza Lima lembrou de Waguinho com muito carinho. “Uma característica muito marcante dele era o carisma, né? O melhor garçom que tinha em todos os bares trabalhava. Todo mundo chamava ele porque ele era muito carinhoso, muito atencioso, era um cara diferenciado.”

Waguinho
Natural de Minas Gerais, Wagner de Oliveira Souza, o Waguinho, chegou a Vitória em 1997 e fez da cidade seu lar. Ele espalhava simpatia e conquistava amizades por onde passava com seu bordão: ‘Sempre bem’. Atualmente, trabalhava como garçom no Bistrô Saldanha, onde seu jeito acolhedor era parte essencial do ambiente.
Além de seu trabalho no atendimento, Waguinho deixou um legado na cultura popular da cidade. Ele foi um dos fundadores do Bloco Prakabá, uma das manifestações carnavalescas que ajudaram a dar vida às ruas do Centro. Sua presença nas festividades e seu amor pela boemia vitoriense marcaram aqueles que tiveram a oportunidade de conhecê-lo. Como muitos diziam, “o carnaval só acaba quando Waguinho mandar”, e era com o Prakabá que ele dava o tom da folia no Centro.
Mesmo tendo recebido diversas propostas para sair da região, ele escolheu permanecer onde se sentia bem.




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