Atualizado em 19/04/2025 – 17:52

Apenas 56,3% dos trechos de vias públicas da capital capixaba possuem pelo menos uma árvore, índice que está significativamente abaixo da média nacional de 66%.

De acordo com a pesquisa “Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios” divulgada pelo IBGE, Vitória apresenta um dos piores desempenhos entre as capitais brasileiras quando o assunto é arborização urbana. A cidade ocupa apenas a 15ª posição no ranking nacional, ficando atrás de capitais como Rio de Janeiro (63,9%), Fortaleza (59,7%) e até mesmo Macapá (62,9%).

Em contraste, Campo Grande (MS) lidera o ranking com 91,4% de suas vias arborizadas, seguida por Goiânia (89,6%), Palmas (88,7%), Curitiba (85,2%) e Brasília (84,2%).

O estudo também revela um panorama nacional preocupante: enquanto 114,9 milhões de brasileiros vivem em locais com presença de árvores, outros 58,7 milhões residem em ruas completamente desprovidas de arborização.

Maikon Novaes, analista do IBGE, destaca a importância da presença de árvores no ambiente urbano: “A arborização urbana é essencial para a qualidade de vida nas cidades. Ela contribui para o bem-estar dos habitantes, oferecendo diversos benefícios ambientais, sociais e econômicos. A redução da temperatura é uma consequência importante, diminuindo a incidência de ilhas de calor ao longo do tecido urbano”.

A falta de arborização contribui diretamente para a formação das chamadas ilhas de calor urbanas – áreas onde as temperaturas podem ser até 5 °C mais altas do que em regiões arborizadas ou naturais. Isso ocorre porque o asfalto, concreto e outras superfícies impermeáveis absorvem e retêm o calor, agravando o desconforto térmico e ampliando os gastos com energia elétrica, saúde pública e qualidade de vida.

Para Vitória, cidade litorânea de clima quente, a baixa cobertura vegetal representa um desafio significativo para o conforto térmico da população e para a qualidade ambiental como um todo, indicando a necessidade de políticas públicas mais efetivas de arborização urbana.