Atualizado em 06/03/2025 – 08:03
Guarapari não é apenas um destino para os amantes das praias, mas também para aqueles que buscam explorar a vida marinha. O fundo do mar, que já é casa de mais de 766 espécies catalogadas, trouxe para a cidade, o reconhecimento de Capital Nacional da Biodiversidade Marinha.
O novo título está na Lei nº 15.004, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no final de 2024, após aprovação na Câmara dos Deputados, e no Senado Federal. O assunto era debatido desde 2021, e foi proposto pela então deputada federal Dra. Soraya Manato.
O ponto de mergulho na cidade, está localizado a 12 quilômetros da orla, entre as Ilhas Rasas e a Ilha da Escalvada, e o que se encontra são verdadeiros aquários naturais. Os recifes e naufrágios históricos, como o cargueiro britânico Beluccia, que afundou há mais de um século, e o Victory 8B, afundado há pouco mais de 20 anos, tornam-se pontos de encontro para peixes, corais e moluscos.
Esses naufrágios não são apenas relíquias do passado, mas também abrigo para a vida marinha que transformou essas estruturas em ecossistemas vibrantes.
Beluccia – O navio cargueiro britânico Beluccia, afundou perto das Ilhas Rasas. O navio estava carregado com 35 mil sacas de café e afundou depois de bater no recife. Ele ficou encalhado cerca de 10 dias antes de afundar, tempo suficiente para salvar a mercadoria. Naufragado em 1903, a estrutura já foi toda tomada pelos corais e algas.
Victory 8B – Há mais de 20 anos, próximo do Beluccia, o Victory 8B foi afundado para virar um segundo aquário natural. O naufrágio foi acompanhado por 30 barcos e levou quase três horas para chegar ao fundo. Foram 3 anos de trabalho para preparar o navio que estava abandonado no Porto de Vitória depois de ser apreendido pela Companhia Vale do Rio Doce a pedido do Banco Central da Grécia.
Com um dos maiores berçários de vida marinha do Brasil, a região abriga moluscos, crustáceos, corais e anêmonas. Esses recursos naturais são preciosos, e a cidade se tornou um destino importante para turistas interessados em explorar esse universo subaquático.
A cidade recebe turistas de diversos países, como Chile, Argentina, Canadá e Austrália, que se encantam com a vida subaquática.
O reconhecimento oficial da cidade como Capital Nacional da Biodiversidade Marinha é visto como um passo importante para promover a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais, incentivar pesquisas científicas e aprimorar a proteção de espécies ameaçadas.
Com o título recém-conquistado, Guarapari reforça sua posição como um dos principais destinos para turismo ecológico e científico no Brasil, ao mesmo tempo em que reafirma a importância de medidas de conservação para garantir que seus tesouros naturais continuem a prosperar.

Receba, semanalmente e sem custos, os destaques mais importantes do ES, do Brasil e do mundo diretamente no seu e-mail.