Atualizado em 30/01/2025 – 18:37
Um idoso de 65 anos foi preso suspeito do crime de estupro de vulnerável contra várias meninas, com idades entre seis e 12 anos, na Serra, região da Grande Vitória. Segundo as investigações, ele se passava por pastor para conquistar a confiança das famílias e os crimes aconteciam na casa dele, onde as crianças frequentavam para tomar banhos de piscina. A prisão ocorreu na última segunda-feira (27), mas as informações foram divulgadas nesta quinta-feira (30) em coletiva de imprensa.
De acordo com a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), responsável pela investigação, os delitos foram praticados em 2005, 2006, 2012. Hoje, as vítimas são adultas, mas os crimes ainda não estavam prescritos.
A polícia tomou conhecimento de toda a situação no dia 23 de janeiro deste ano, quando uma advogada procurou a delegacia representando as quatro vítimas.
“Elas relataram que foram abusadas por um vizinho que era conhecido no bairro como pastor, casado, pai de família. Ele tinha uma casa grande com piscina e acabava convidando, pedindo autorização dos pais, para levar as meninas pra tomar banho de piscina e brincar com as filhas dele. As vítimas geralmente tinham seis, dez anos, cinco anos. Os pais acabavam deixando por achar que ele seria um homem íntegro da igreja”, explicou a titular da DPCA, delegada Thais Cruz.
Até o momento, seis vítimas foram identificadas. Segundo a polícia, três delas são parentes do suspeito.
Denúncia tardia
A delegada alertou sobre a importância de denunciar, mesmo que o crime tenha ocorrido há mais tempo. “Hoje podem ter várias pessoas, várias mulheres que vão ver esse caso e que foram abusadas na infância. A gente recomenda procurar uma unidade, procurar a DPCA, para registrar, porque muitas vezes os crimes não estão prescritos e ainda pode ser feito alguma coisa. Os casos que aconteceram antes de 2009 estão prescritos, mas serviram para ‘alimentar’ o caso”, explicou a delegada Thais Cruz.
A tomada de consciência das vítimas sobre a oportunidade de denunciar ocorreu depois que uma delas, que hoje tem 20 anos, começou a fazer sessões com um psicólogo e conseguiu conversar sobre tudo o que acontecia com a irmã.
“Essa irmã falou com ela ‘não era só você que frequentava [a casa], tinham outras crianças’. Foi quando elas decidiram entrar em contato com outras vítimas”, explicou a delegada.
Segundo a polícia, a esposa do suspeito não vai responder por omissão, mas o caso continuará a ser investigado conforme forem surgindo mais vítimas. De acordo com as denúncias até o momento, a mulher não sabia dos crimes e estava sempre dentro de casa fazendo serviços domésticos quando os abusos aconteciam.
No momento da prisão o suspeito negou os crimes, segundo a Polícia Civil. Ele está em uma unidade prisional do estado.
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