Atualizado em 04/09/2025 – 20:39
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 6,133 bilhões em agosto, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (4) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Foi o primeiro mês de vigência do tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump, que já se refletiu em forte queda das vendas para os Estados Unidos.
No mês, as exportações brasileiras somaram US$ 29,861 bilhões, enquanto as importações ficaram em US$ 23,728 bilhões, resultando em uma corrente de comércio de US$ 53,589 bilhões. No acumulado de 2025, o saldo comercial é positivo em US$ 42,812 bilhões.
Impacto do tarifaço nos EUA
Apesar do superávit, o desempenho das exportações brasileiras para os Estados Unidos foi negativo. O volume exportado caiu 18,5% em agosto, com destaque para a queda de 100% nas vendas de minério de ferro, que não registraram nenhuma operação no mês.
Outros setores também sofreram:
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Aeronaves e partes: -84,9%
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Açúcar: -88,4%
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Máquinas não elétricas: -60,9%
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Carne bovina fresca: -46,2%
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Máquinas de energia elétrica: -45,6%
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Celulose: -22,7%
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Produtos semiacabados de ferro e aço: -23,4%
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Óleos combustíveis: -37%
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Madeira: -39,9%
Segundo o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão, a queda decorre da antecipação de vendas feitas em julho, quando o mercado se adiantou ao anúncio do tarifaço. “A carta divulgada no dia 9 de julho, prevendo aumento de 50% nas tarifas para produtos brasileiros, gerou incerteza entre os exportadores, que aceleraram embarques antes da mudança”, explicou.
Crescimento em outros mercados
Se por um lado os EUA puxaram para baixo, outros destinos mostraram crescimento expressivo em agosto:
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México: +43,8%
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Argentina: +40,3%
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China: +31%
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Índia: +58%
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Reino Unido: +11%
Já as maiores quedas, além dos EUA, ocorreram para a Bélgica (-43,8%), Espanha (-31,3%) e Coreia do Sul (-30,4%).
Agro, extrativa e indústria
O setor agropecuário cresceu 8,3% em exportações no comparativo com agosto de 2024, enquanto a indústria extrativa avançou 11,3%. Já os produtos da indústria de transformação recuaram 0,9%.
Nas importações, houve retração de 2% frente ao mesmo mês do ano passado, com destaque para queda de 3,8% na indústria de transformação.

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