Um grupo de mulheres em Vitória está mostrando que nunca é tarde para aprender uma nova habilidade, e no caso delas a escolhida foi a dança! O grupo, formado majoritariamente por mulheres com mais de 40 anos, se reúne toda quarta-feira para aulas de Jazz na escola CriDança, em Jardim da Penha. Pelo segundo ano consecutivo, as alunas da turma foram selecionadas para se apresentar nos palcos abertos do Festival de Dança de Joinville, em Santa Catarina.
Cada uma das mulheres tem sua própria relação e história com a dança. Algumas delas têm a prática desde jovens, como é o caso de Renata Braga Soares, engenheira civil e aluna de Jazz dance. “O balé entrou na minha história quando eu tinha três anos de idade. Eu tinha um pé chato e o médico aconselhou que eu fizesse balé clássico. E foi aí que eu me apaixonei pela dança! Desde então eu já saí e voltei, mas desde então a dança está dentro da minha vida.”
Entretanto, desmistificando a ideia de que a dança é uma atividade que só se deve começar cedo na vida, no grupo, também é possível encontrar histórias como a da Keyla Agostinho Ayub. A mais velha do grupo, com 58 anos, ela só teve um contato profundo com a dança através das aulas de Jazz.
“Eu resolvi procurar a dança, na verdade, para acompanhar a minha filha, que queria voltar a dançar. Quando eu vim para a turma de Jazz, era muito avançado para mim, porque eu não tinha experiência. Eu fiz uma aula e a turma me acolheu super bem. E eu encarei o desafio, mesmo sendo um pouco, tecnicamente, mais fraca que as meninas. Foi muito bom, primeiro porque a gente ficava junto na sala, e segundo porque eu senti que o meu corpo foi melhorando com o tempo”, explica Keyla.
As aulas de Jazz, além de um refúgio em meio à correria da rotina, proporcionam também diversos benefícios à saúde física e mental. Segundo a professora da turma, Alana Felix, as aulas ajudam na consciência corporal, na movimentação do corpo e na autoestima, fazendo com que a mulher mais velha entenda que ela pode ser sensual, dentro ou fora de cena.
Além disso, com os anos de aula, as mulheres também encontraram uma nas outras uma amizade e parceria que vai muito além da dança, explica a aluna Renata Segui. “O maior benefício que eu vejo é a cumplicidade que a gente criou aqui nesse grupo. A dança trouxe para a minha vida um grupo de pessoas que tem preferências parecidas com as minhas, estilos de vida parecidos com o meu, e que a gente se completa muito. A gente se gosta muito, a gente se cuida muito”, afirma.
Festival em Santa Catarina
Como uma prova do esforço e dedicação dessas mulheres, a turma foi classificada pelo segundo ano consecutivo para se apresentar nos palcos abertos do Festival de Dança de Joinville, em Santa Catarina. Para chegar a este resultado, o grupo enfrentou uma seleção, em que recebeu a nota 8,47. Alana ressalta a importância do feito:
“É muito importante porque valida o nosso trabalho. É um trabalho de qualidade de jazz dance no corpo mais maduro. E existe uma dedicação, é como se fosse uma pagamento por todos os anos de aula que elas fizeram, dançar em um lugar que não seja no Espírito Santo. É muito importante para a escola, para a turma e para mim também”, finaliza a professora Alana Felix.

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