Atualizado em 15/01/2025 – 19:28
A polícia divulgou, nesta quarta-feira (15), os resultados da Operação Killers, que foi iniciada em novembro de 2024 e que teve como resultado 14 pessoas indiciadas e denunciadas pelo Ministério Público do Espírito Santo à Justiça. Entre os presos estão um soldado da Polícia Militar, que passava informações a traficantes, e também o chefe do tráfico na região de São Pedro, Vitória. Na ação, ainda foi desmantelada uma organização criminosa que misturava crack à cocaína, juntamente com ácido bórico, remédios de tarja branca, fermento químico e até mesmo pó de mármore, fazendo o chamado “pó virado”.
A polícia teve acesso a imagens (foto acima) que mostram o preparo de cerca de 100 kg de “pó virado” sendo feito dentro de uma piscina. Um homem usa uma enxada para mexer.
O coordenador do Centro de Inteligência e Análise Telemática (Ciat), delegado Alan Moreno de Andrade, explicou que essa droga é vendida para usuários do Espírito Santo.
“Infelizmente, a gente percebe o poderia tanto bélico quanto de drogas desta organização criminosa. Temos a confirmação de que o chefe fazia compras na casa dos R$ 2 milhões em drogas, trazendo de São Paulo, região de Paraisópolis. Aqui no Espírito Santo faziam o ‘pó virado’, vendiam como cocaína e as pessoas, infelizmente, cheiram isso. É mais difícil encontrar a cocaína pura pra vender, pois é uma droga muito cara, então para baixar os custos e aumentar os lucros, ele fazem essas misturas”, explicou.
O delegado contou ainda que a polícia chegou a uma estimativa, por meio da operação, de que os lucros com o tráfico para a organização criminosa investigada giram em torno de R$ 2 milhões a R$ 5 milhões por mês, tanto na venda a varejo quanto na por peso.
A Operação
A Operação Killers começou em novembro de 2024 e tinha como objetivo investigar a organização criminosa responsável pelo tráfico de drogas do chamado Campo do Apolo, região de Flechal II, em Cariacica.
“Nós temos confirmação de que o Adair Fernandes da Silva, que foi preso por nós no dia 10 de maio do ano passado, é o chefe in loco lá daquela região. Depois dessa prisão, o Gideon, que foi morto em confronto com a polícia no último domingo (12), teria assumido essa função de chefe local. Na operação, também conseguimos a prisão do José Cândido Javarino e Filho, que é o Dé, o chefe da região de São Pedro. É um traficante que estávamos atrás dele há muitos anos”, explicou o delegado Alan Moreno de Andrade.
Com as investigações, a equipe conseguiu descobrir a ligação de um soldado da Polícia Militar com Adair. Ele recebia até R$ 5 mil por mês em troca de informações privilegiadas.
“Infelizmente tivemos a triste constatação de um agente da Força de Segurança passando informação para traficante, passando escala operacional, falando dos colegas. Isso é um negócio que nós abominamos e que coloca a vida dos colegas em risco”, destacou o delegado. O soldado está preso.
Entre os 14 indiciados também estão “gerentes adicionais” do tráfico.
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