Atualizado em 11/01/2025 – 18:53
O Espírito Santo já registrou 5.657 casos confirmados de Febre do Oropouche desde o 31 de dezembro de 2023 até o dia 4 de janeiro de 2025. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que ainda aponta que nos primeiros dias deste novo ano já foram registrados 748 confirmações da arbovirose. Com isso, o Estado lidera o ranking da doença no Brasil.
Até o momento foi confirmada uma morte ocasionada pela doença. De acordo com a Sesa, a vítima que morreu era uma mulher de 61 anos, moradora de Fundão, na Grande Vitória. Um outro óbito ainda está em investigação. Além disso, a Oropouche está associada a casos de microcefalia em bebês, por meio de transmissão vertical, e o Espírito Santo também já registrou o primeiro caso.
O município capixaba onde foram registrados mais casos é Alfredo Chaves, na região Sul do Estado, com 1.258 casos até o momento. Confira informações sobre outros municípios no Boletim Epidemiológico da semana.
Ministério da Saúde
Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (9), o Ministério da Saúde anunciou a instalação do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para Dengue e outras Arboviroses. O planejamento e a resposta coordenada serão realizados em constante diálogo com estados, municípios, pesquisadores, instituições científicas e outros ministérios.
Uma equipe do Ministério da Saúde está no Espírito Santo e irá se reunir com o secretário de Estado da Saúde, Tyago Hoffmann, na segunda-feira (13) para auxiliar na organização de ações.
Como reconhecer o mosquito
Entre as principais características do inseto está o seu tamanho diminuto. Diferentemente do Aedes aegypti, transmissor da dengue, Zika e chikungunya, o maruim é considerado um inseto muito pequeno, medindo cerca de 1,5 milímetros, podendo atingir 3 milímetros, sendo visto, muitas vezes, apenas como um pontinho na pele.
O horário em que ele pica também se diferencia do Aedes. O maruim tem preferência pelo período do início da manhã e no final de tarde, sendo esse último o preferido. Se a quantidade de maruim for muito alta na localidade, o inseto pode atacar ao longo de todo o dia e a sua presença está associada também ao incômodo à população, devido à picada dolorosa e persistência em se alimentar.
A referência técnica em Zoonoses e Doenças Vetoriais da Secretaria da Saúde, a bióloga Karina Bertazo, explicou que apenas as fêmeas se alimentam de sangue e contou qual o local preferido do inseto para colocação dos ovos.
“O maruim necessita, de forma geral, de três coisas, que são: a umidade, matéria orgânica e sombra. Dessa forma, vários tipos de plantações, como a de banana, café, cacau, margens de rios, solos úmidos, matéria orgânica e até lixo são locais propícios”, disse.
Fui picado, o que fazer?
Os primeiros sintomas aparecem entre três e oito dias após a picada do inseto, podendo durar de dois a sete dias. Os sintomas são parecidos com os da dengue e da chikungunya, com quadro clínico podendo evoluir com febre de início súbito, dor de cabeça, dor muscular e dor articular.
No início dos sintomas, é importante que a população procure imediatamente a unidade de saúde mais próxima, e relate ao profissional de saúde sobre sua exposição potencial à doença. O diagnóstico para a Febre Oropouche é realizado por exames laboratoriais de biologia molecular (RT-qPCR), feitos pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES).
Não há tratamento específico disponível para a doença, sendo tratada os sintomas, com prescrição de medicamentos que auxiliam no alívio dos sintomas.
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