Atualizado em 30/01/2025 – 17:38
Três mandados de buscas e apreensões foram cumpridos nesta quinta-feira (30) nos municípios de Baixo Guandu, no Noroeste do Espírito Santo, e Aimorés, cidade vizinha e que já pertence a Minas Gerais, por meio da Operação Abutres II. As investigações apuram fraudes em pedidos de indenizações por causa dos prejuízos da lama do rompimento da barragem de Mariana que chegou ao Rio Doce.
A operação foi deflagrada pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO-Norte) e da Promotoria de Justiça de Linhares, com o apoio da Assessoria Militar do MPES e do GAECO do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
A investigação tramita sob sigilo. Não há mandados de prisões nesta fase da operação, que tem como objetivo apreender documentos, computadores, mídias e outros equipamentos que contribuam com as investigações.
Os trabalhos estão sendo conduzidos pelos Promotores de Justiça e servidores do GAECO-Norte, com participação e apoio de sete agentes do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do MPES, quatro agentes do GAECO de Ipatinga, em Minas Gerais, e três militares da Polícia Militar de Minas Gerais.
Operação Abutres
A Operação Abutres II é uma continuação dos trabalhos que já vinham sendo realizados desde 29 de setembro de 2023 pela Operação Abutres.
No dia 19 de dezembro de 2024, o MPES divulgou que cinco pessoas investigadas por fraudes em requerimentos de indenizações, por causa dos prejuízos da lama do rompimento da barragem de Mariana que chegou ao Rio Doce, foram denunciadas.
Como agiam
Em sua origem, a investigação foi instaurada para apurar a ocorrência de fraudes em requerimentos de indenizações apresentados à Fundação Renova por meio do Sistema Indenizatório Simplificado (NOVEL), criado para pagar indenizações às vítimas do rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Mariana (MG).
Os trabalhos investigativos revelaram que a organização criminosa “montava documentos” públicos e particulares para se passarem como verdadeiros.
Também adulteravam faturas de concessionárias de serviços públicos e de prestadoras de serviços públicos ou privados, para instruírem os requerimentos. Dessa foram, simulavam legalidade na documentação, visando atender os requisitos mínimos exigidos pela Fundação Renova para deferir as indenizações.
Os integrantes da Organização Criminosa também emitiram inúmeras declarações fraudulentas referentes a supostas vendas de pescados. O objetivo foi simular que requerentes de indenizações eram pescadores, entre outros artifícios criminosos utilizados para obter os requerimentos.
O Ministério Público, por meio do GAECO-NORTE, esclarece que outras pessoas envolvidas nas fraudes e que foram beneficiadas serão objeto de novas investigações para apurar as condutas criminosas.
O processo tramita sob segredo de justiça e, no momento, não é possível fornecer mais informações do caso.
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