Atualizado em 18/12/2024 – 17:28
O Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) e a Auditoria Fiscal do Trabalho resgataram 14 trabalhadores em condições de trabalho análogo ao escravo, contratadas por uma empresa de carregamento de equipamentos que prestava serviço para a produção do Rock in Rio 2024.
A ação revelou situações degradantes em que os funcionários dormiam e trabalhavam, evidenciando jornadas exaustivas e falta de pagamento integral.
Condições de Trabalho
Os trabalhadores foram encontrados dormindo em condições precárias, como papelões, sacos plásticos e lonas. Eles atuavam como carregadores de diversos objetos, dobrando jornadas por dias seguidos em busca de ganhos extras, chegando a trabalhar por 21 horas em um dia.
Irregularidades e Resgate
A fiscalização emitiu autos de infração para a empresa contratada e para a realizadora do evento, responsabilizando diretamente a Rock World S.A. pelo trabalho análogo à escravidão. Os trabalhadores resgatados receberam guias de seguro-desemprego e medidas estão sendo tomadas para garantir indenizações por danos morais individuais e coletivos.
Responsabilidade das Empresas
O MPT requisitou informações às empresas envolvidas e cobrou providências para evitar a reincidência de trabalho escravo.
A empresa organizadora do Rock in Rio declarou estranhamento às acusações e se comprometeu a instruir fornecedores a seguir a legislação trabalhista. Confira a nota:
“Tais acusações ainda precisam ser esclarecidas para que, dessa forma, medidas cabíveis possam ser tomadas. A Rock World repudia qualquer forma de trabalho que não siga as regras de respeito ao trabalhador. Destaca também o compromisso em instruir todas as empresas terceirizadas e fornecedores a realizarem os processos de contratação dentro da legislação brasileira. Por fim, informa que atua de forma transparente e que integrantes do Ministério Público do Trabalho acompanharam todas as etapas de contratação”, diz a nota.
O comunicado informa que ao longo de 24 edições, 300 mil empregos diretos e indiretos foram criados e milhares de pessoas fora da Cidade do Rock foram beneficiadas por meio dos projetos sociais que o festival apoia, “reafirmando os valores de pluralidade, comunidade, sustentabilidade e seu compromisso com a construção de um mundo melhor para todos”.
“Apenas na última edição do Rock in Rio de 2024, foram gerados mais de 32 mil postos de trabalho. Tais contratações foram distribuídas por 160 projetos de marcas e mais de 320 projetos de fornecedores, todos realizados e apresentados em mais de 30 mil documentos apresentados e analisados pelos órgãos competentes”, finaliza a nota.
Mais detalhes em: agenciabrasil.ebc.com.br
Receba, semanalmente e sem custos, os destaques mais importantes do ES, do Brasil e do mundo diretamente no seu e-mail.