Atualizado em 28/01/2025 – 16:08
JULIA CHAIB
O Google Maps afirmou em mensagem na rede social X (ex-Twitter) que vai alterar no nome do Golfo do México para Golfo da América nas suas plataformas nos Estados Unidos.
A mudança será visível para quem morar no país, já que se trata de uma decisão do presidente dos EUA, Donald Trump. O republicano assinou um ato pouco depois da sua posse, em 20 de janeiro, determinando a alteração.
Na última sexta-feira (24), o Departamento do Interior disse ter formalizado a mudança no nome e que também rebatizou o Monte Denali (que quer dizer “alto” na língua indígena Koyukon) , o mais alto dos EUA, de Monte McKinley, em referência o ex-presidente americano.
“Recebemos algumas perguntas sobre nomenclaturas no Google Maps. Temos uma prática antiga de aplicar mudanças de nome quando elas são atualizadas em fontes oficiais do governo”, informou o Google Maps na conta “News from Google”, no X.
“Para unidades geográficas nos EUA, isso ocorre quando o Sistema de Informação de Nomes Geográficos (GNIS) é atualizado. Quando isso acontecer, nós vamos atualizar o Google Maps nos Estados Unidos rapidamente para mostrar o Golfo da América e o Monte McKinley.”
A plataforma esclareceu que aplica mais de um nome quando eles variam entre países. Por isso, fora dos Estados Unidos, aparecerão duas referências ao Golfo.
“Também é uma prática antiga: quando os nomes oficiais variam entre os países, os usuários do Maps veem seus nomes locais oficiais. Todos no resto do mundo veem os dois nomes. Isso se aplica aqui também”, disse a empresa.
Trump vem defendendo a mudança desde a campanha eleitoral. Na ordem executiva sobre o tema, o presidente determina que o Conselho de Nomes Geográficos dos EUA forneça “orientação para garantir que todas as referências federais ao Golfo da América, incluindo mapas de agências, contratos e outros documentos e comunicações, reflitam sua renomeação”.
Na prática, a mudança não é simples. Tanto no âmbito estadual quanto no federal, existem diversas leis, tratados e documentos públicos que são ancorados no nome oficial de Golfo do México.
Alguns desses textos são, inclusive, responsáveis por determinar territórios e condados americanos. Uma mudança poderia, por exemplo, deixar as leis inadequadas e, por consequência, não condizentes com os limites praticados historicamente.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, já disse ser contra essa mudança e fez inclusive uma brincadeira irônica dizendo que os EUA deveriam ser chamados de “América Mexicana”.
“Obviamente o nome do Golfo do México é reconhecido pelas Nações Unidas. Por que não chamamos [os Estados Unidos] de América Mexicana? Parece bom, não é?”, disse a presidente em entrevista diante de um mapa-múndi do século 17 em que a América do Norte aparece com esse nome. “Ele falou sobre o nome, nós também falamos sobre o nome”, acrescentou.
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