Atualizado em 20/11/2025 – 19:37
O VIXFeed realiza sua segunda rodada de pesquisas eleitorais no Espírito Santo, em um formato ampliado que combina um mês inteiro de levantamentos qualitativos e quantitativos. O volume de dados é inédito e busca entregar aos leitores os recortes mais relevantes do momento político capixaba.
Nesta etapa, foram testados praticamente todos os cenários possíveis para a disputa ao Governo do Estado, mas pelo excesso de informação, publicamos as mais latentes para esse momento. Pela primeira vez no ES, uma mesma base pesquisada respondeu a dois modelos: o formato tradicional, sem apoios explícitos, e a repetição dos mesmos nomes acompanhados de seus respectivos apoiadores políticos. A inovação produziu resultados expressivos e, em alguns casos, decisivos.
Um dos efeitos mais evidentes foi o movimento entre Ricardo Ferraço e Lorenzo Pazolini. Com o nome de Renato Casagrande acoplado à sua candidatura, Ferraço supera Pazolini numericamente em todos os cenários testados. A importância desse apoio fica ainda mais clara diante de um dado revelador: quase 70% do eleitorado ainda não sabe quem será o candidato indicado por Casagrande, cuja gestão mantém avaliação elevada. Assim, a simples menção de seu apoio altera de forma significativa a dinâmica da disputa.
O desenho metodológico também foi ajustado ao longo das semanas. Para evitar sobrecarga de temas, a pesquisa distribuiu seus questionários em blocos: primeiro a intenção de voto para governador; nesta semana, os cenários para as vagas ao Senado; na sequência, outros indicadores políticos que comporão a rodada completa de dezembro.
Ferraço assume protagonismo, mas enfrenta dilemas estratégicos
Ricardo Ferraço já havia apresentado bons números na primeira rodada. Agora, com sua imagem associada diretamente à de Casagrande, torna-se o protagonista das intenções de voto. Ricardo, que deve herdar o Palácio Anchieta no início de 2026, passa a ter diante de si a oportunidade de imprimir sua própria marca e seu estilo na condução do estado.
Mas o movimento levanta um questionamento central: para manter o bônus do apoio de Casagrande, Ferraço precisará aproximar seu estilo político ao do governador, ou conseguirá sustentar seu próprio perfil sem perder votos?
Descolar demais pode comprometer a transferência. Aproximar demais pode diluir sua identidade. O risco estratégico está posto.
Pazolini mostra resiliência, mas também enfrenta obstáculos
Na primeira rodada de pesquisas França/VIXFeed, Pazolini havia aparecido na liderança. Agora, embora não lidere os cenários com apoio explícito, apresenta resiliência e permanece competitivo.
O atual prefeito da capital tem atributos fortes e trânsito consolidado no interior, mas também enfrenta dilemas claros:
• Como se movimentará fora da Prefeitura?
• Assumirá o risco de disputar e ficar sem mandato?
• A vice-prefeita, Cris Samorini, seria o nome de continuidade para seus projetos em Vitória?
• Até que ponto exibirá ou esconderá o bolsonarismo em sua campanha?
Além disso, poderá ter de disputar a fatia mais conservadora do eleitorado com um candidato disposto a se apresentar como mais “raiz” do que ele, algo que já se insinua na direita capixaba.
Paulo Hartung reaparece, mas não retoma o protagonismo
Sem confirmar se será candidato, Paulo Hartung se movimenta ao seu estilo característico: de forma calculada e silenciosa. A pesquisa mostra um desempenho razoável, especialmente considerando o tempo fora de disputa. Porém, também revela os sinais da mudança de tempo.
Em um dos cenários testados, Hartung aparece em quarto lugar entre quatro nomes competitivos. O ex-governador não enfrentou, enquanto gestor, o ambiente político e social intensamente polarizado que marca o Brasil atual. A grande pergunta é: PH está preparado para operar na dinâmica política de 2026?
E mais: qual campo abraçaria? O conservador parece ser o que lhe resta, mas isso seria suficiente para reconstruir protagonismo?
Arnaldinho, o nome parado no cruzamento mais difícil
Arnaldinho Borgo aparece com números competitivos nas duas rodadas de pesquisa França/VIXFeed e governa o segundo maior colégio eleitoral do estado. Mas enfrenta o problema mais imediato entre os potenciais candidatos: não tem uma legenda consolidada para chamar de sua.
O tempo corre — e, com ele, perde espaço para articulações que outros nomes já começaram a construir. A dúvida sobre sua viabilidade eleitoral cresce silenciosamente.
Helder Salomão, a novidade da vez
A grande novidade desta rodada é Helder Salomão. Incluído pela primeira vez, já surge com projeções relevantes: entre 12% e 18%, dependendo do cenário.
Helder mexe no tabuleiro por dois motivos principais:
• cria a possibilidade concreta de um segundo turno com mais de dois nomes competitivos, e;
• avança sobre o eleitor de centro e não ideológico, uma fatia decisiva da disputa.
É o atual deputado federal mais votado do Espírito Santo, já foi prefeito duas vezes de Cariacica e possui base sólida na Região Metropolitana. Ainda assim, não confirmou candidatura. A dúvida persiste: entrará no páreo pelo Palácio Anchieta ou buscará novo mandato na Câmara, onde é líder de votos?
O retrato do momento — e o relógio correndo
Ricardo, Lorenzo, Helder, Arnaldinho e Paulo formam hoje o grupo mais citado e relevante nos cenários testados.
As pesquisas mostram o retrato de ontem e as tendências do momento. Mas o tempo avança: 2026 começa em poucos dias, e aquilo que parecia distante já prepara para bater à porta, com uma nova rodada de pesquisas França/VIXFeed.

Receba, semanalmente e sem custos, os destaques mais importantes do ES diretamente no seu e-mail.




