Atualizado em 11/12/2024 – 14:25
A Febre do Oropouche está associada a casos de microcefalia em bebês, por meio de transmissão vertical. A evidência já havia sido divulgada pelo Instituto Evandro Chagas e Ministério da Saúde, em agosto deste ano, e nesta terça-feira (10) a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) divulgou o primeiro caso confirmado no Espírito Santo.
No total, a Sesa informou que já foram identificados quatro casos de transmissão vertical da Oropuche entre mãe e bebê. De acordo com os profissionais, quando a gestante se contamina, o vírus pode passar para o bebê ainda no útero, o que pode ocasionar microcefalia, malformação nas articulações e outras anomalias congênitas. Também pode ocorrer a contaminação durante o parto.
O subsecretário de Estado da Saúde, Orlei Cardoso, explicou que as grávidas devem tomar cuidado redobrado. “É importante que a gestante possa evitar as áreas onde há presença do mosquito transmissor, principalmente, porque estamos com uma alta incidência da doença e infestação do vetor. Caso não seja possível evitar estar nestes lugares, a orientação é usar roupas com mangas longas e uso de repelentes indicados para gestantes”, orientou.
Segundo boletim do Ministério da Saúde, até a o dia 1º de dezembro foram confirmados 9.609 casos de Oropouche em todo Brasil. No Estado, até esta terça-feira, são 2.840 casos confirmados no sistema e-SUS Vigilância em Saúde.
Primeiro óbito
Ainda nesta terça-feira, foi confirmada a primeira morte ocasionada pela Febre do Oropouche no Espírito Santo. Um segundo óbito ainda está em análise. De acordo com a Sesa, a vítima que morreu era uma mulher de 61 anos, moradora de Fundão, na Grande Vitória.
O óbito foi registrado em agosto, mas a causa só foi confirmada nesta semana após investigação. Ela sofria de hipertensão. Segundo o Ministério da Saúde, outros três óbitos pelo Oropouche foram confirmados no País, sendo dois registrados no estado da Bahia, e um óbito fetal em Pernambuco.
O Espírito Santo foi um dos primeiros estados fora da região amazônica a registrar a circulação do vírus em território, ainda em abril deste ano, por meio de análises realizadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES). Esta ampliação da detecção foi seguida por demais estados onde não são áreas endêmicas. Por meio da metodologia de Biologia Molecular, o Lacen/ES passou a analisar todas as amostras suspeitas de arboviroses negativas para dengue, Zika e chikungunya.
A doença
A Febre do Oropouche é uma doença viral transmitida principalmente pela picada de mosquitos, como o Culicoides paraensis (conhecido como maruim). Causada pelo vírus Oropouche (OROV), a doença é comum em regiões tropicais da América Latina, especialmente na Amazônia brasileira.
Os sintomas incluem febre alta, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, além de mal-estar geral. Embora se assemelhe a outras arboviroses, como a dengue, a febre do Oropouche raramente causa complicações graves, mas pode ter surtos significativos em áreas urbanas e rurais.
A prevenção envolve o controle de vetores (mosquitos e maruins) e a proteção contra picadas, pois ainda não há vacina ou tratamento antiviral específico para a doença.
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