Atualizado em 25/02/2025 – 10:01
Uma organização que atuava por meio de uma falsa empresa de exportações está sendo alvo da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), da Polícia Civil (PCES). De acordo com as investigações, o grupo é suspeito de estelionato por dar golpes que já levaram a um prejuízo de cerca de R$ 2,5 milhões para as vítimas, sendo R$ 1,5 milhão somente no Espírito Santo.
Na última terça-feira (18), uma operação da PCES cumpriu mandados de busca e apreensão em uma casa em Nova Lima, Minas Gerais, avaliada em R$ 1,8 milhão, onde uma mulher, alvo da ação, residia. Dois carros importados foram apreendidos.
De acordo com informações divulgadas em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (24), os golpes eram aplicados em empresas de importação e exportação, que precisavam de algum produto específico. A falsa companhia atuava como intermediadora, afirmando conseguir os produtos, mas não cumpria o acordo, ficando com o dinheiro.
“Aqui no Espírito Santo, essa vítima perdeu R$ 1,5 milhão. No Rio Grande do Sul, [a empresa perdeu] R$ 1 milhão. Em função disso, após identificar a autora responsável pela negociação aqui no Espírito Santo, nós solicitamos um mandado de busca e apreensão na residência dessa pessoa”, explicou o chefe da Divisão Patrimonial (DRCCP) e titular da DRCC, delegado Brenno Andrade.
Como ocorriam os golpes
Os golpes eram muito bem acobertados: segundo a PCES, a empresa falsa, sediada em Minas Gerais e São Paulo, possuía CNPJ e endereço físico. Os investigados inclusive se encontravam com representantes das empresas vítimas, para passar legitimidade.
As investigações começaram em julho de 2023, após uma empresa do Espírito Santo denunciar o golpe que sofreu – no valor de R$ 1,5 milhão – à polícia, que depois encontrou também outra vítima no Rio Grande do Sul que perdeu R$ 1 milhão.
A residência onde o mandado foi cumprido pertencia a uma mulher ligada à empresa investigada e foi avaliada em aproximadamente R$ 2 milhões.
Lá dentro, os policiais apreenderam o telefone da investigada, uma coleção de relógios de luxo que, se forem provados legítimos, juntos valem aproximadamente 1 milhão de reais, e também diversos contratos de compras de terreno de valor total ainda não calculado. Além disso, foram apreendidos dois carros de luxo.
A investigação ainda está em andamento e, portanto, a mulher não foi presa, já que uma prisão preventiva não é imprescindível, e a empresa, por enquanto, ainda não foi proibida de operar. A Polícia Civil, entretanto, solicitou o bloqueio dos valores contidos nas contas bancárias da investigada e da empresa.
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“Essa pessoa, essa estelionatária, tenta tirar a culpa dela e botar a culpa nas vítimas, na verdade. [Ela] falou que essa vítima do Rio Grande do Sul não cumpriu a parte dela do acordo e por isso sofreu prejuízo. Sobre a vítima aqui do Espírito Santo, a estelionatária alega que ela [a própria investigada] sofreu um golpe de outra pessoa e por isso não conseguiu cumprir o acordado. A gente tem um material probatório muito forte, muito robusto. A investigação vai continuar”, falou o delegado Brenno Andrade.
Ainda de acordo com o delegado, a Polícia Civil de São Paulo está investigando uma ramificação da empresa golpista no estado. Já foram realizadas buscas e apreensões, inclusive de obras de arte e outros objetos de valor. Lá, o prejuízo causado às empresas vítimas chega a R$ 9 milhões.
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