Atualizado em 19/07/2025 – 07:39
O primeiro semestre de 2025 foi marcado pela estabilidade nas exportações do agronegócio capixaba, que somaram US$ 1,56 bilhão (cerca de R$ 8,6 bilhões), o maior valor já registrado para o período de janeiro a junho na série histórica. A informação é da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag). O desempenho representa um leve crescimento de 0,2% em relação ao mesmo intervalo de 2024 (US$ 1,56 bilhão), que já era recorde. Nesse período, os embarques somaram mais de 1,2 milhão de toneladas de produtos para o exterior.
O desempenho do Espírito Santo foi levemente superior ao nacional. O Brasil registrou um decréscimo de 0,2% nas exportações do agro no mesmo período, mantendo suas receitas praticamente estáveis.
“Como os dados ainda não refletem o efeito do tarifaço dos Estados Unidos, pois se referem até 30 de junho, vamos ficar atentos aos volumes e às divisas geradas a partir de julho, tanto no contexto geral quanto especificamente em relação ao mercado norte-americano, que respondeu por 20% das divisas geradas neste primeiro semestre com as exportações do agro capixaba”, afirma o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli.
Entre os dez principais produtos exportados pelo agro capixaba neste início de ano, o complexo cafeeiro liderou com US$ 771,9 milhões (49,6% do total), seguido por celulose com US$ 492,1 milhões (31,6%) e pimenta-do-reino com US$ 201,8 milhões (12,9%). Outros destaques incluem mamão (US$ 16,4 milhões), carne bovina (US$ 14,7 milhões), chocolates e preparados com cacau (US$ 9,2 milhões), gengibre (US$ 8,1 milhões), ovos (US$ 6,2 milhões), álcool etílico (US$ 6,0 milhões) e pescados (US$ 5,6 milhões). O conjunto de outros diversos produtos do agronegócio somou US$ 24,9 milhões (1,6%).
Pimenta-do-reino bate recorde
O Espírito Santo alcançou, no primeiro semestre de 2025, um marco inédito nas exportações de pimenta-do-reino: foram movimentados US$ 201,8 milhões entre janeiro e junho, superando, em apenas seis meses, todo o valor exportado em 2024. O resultado consolida o Estado como o principal exportador brasileiro do produto, com ampla liderança nacional.
Segundo levantamento da Gerência de Dados e Análises da Seag, o volume embarcado no período foi de 32,4 mil toneladas, número que já corresponde a 91% de todo o volume exportado no ano anterior.
Em 2024, o setor enfrentou um recuo expressivo. As exportações totalizaram US$ 163,1 milhões, com uma queda acentuada no volume: 35,5 mil toneladas, o que representa redução de mais de 34% em relação a 2023. O desempenho inferior foi influenciado por oscilações cambiais, ajustes logísticos e conjunturais nos mercados importadores.
Crescimento
Entre os destaques de crescimento em valor exportado estão justamente a pimenta-do-reino (+139%), seguida pelos pescados (+91,6%), café solúvel (+72,2%) e mamão (+24,5%). Em volume, as maiores altas foram registradas nos ovos (+765,5%), pescados (+79,3%), pimenta-do-reino (+47%), mamão (+27,8%), gengibre (+11%) e café solúvel (+18,4%).
Principais mercados
Os produtos capixabas chegaram a 115 países até junho. Os Estados Unidos lideraram como principal destino, com 20,3% do valor exportado, seguidos pela Turquia (9,7%) e pela China (7%). O agro respondeu por 31,53% das exportações totais do Espírito Santo no período.
Espírito Santo lidera segmentos
O Espírito Santo manteve posição de destaque no ranking nacional, sendo o maior exportador brasileiro de gengibre, pimenta-do-reino e mamão, com participações de 58%, 65% e 41%, respectivamente. No complexo cafeeiro, o Estado aparece como segundo maior exportador do País, considerando as categorias de café cru, solúvel e torrado/moído.
Ressalva acerca dos dados
A Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) esclarece que os dados de exportação de açúcar de cana (NCM 17011400), referentes aos meses de fevereiro e março de 2024, foram desconsiderados da análise anual.
Os registros indicaram valores atípicos – US$ 10,2 milhões (19,8 toneladas) em fevereiro e US$ 11,1 milhões (21,6 toneladas) em março – destoando das médias históricas e das informações fornecidas por indústrias do setor, o que indica possível erro de lançamento ou atuação pontual de empresas de trading.

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