Atualizado em 10/12/2025 – 19:20
A deputada estadual Camila Valadão (PSOL) se pronunciou nesta quarta-feira (10), após o Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo (TRE-ES) manter, por unanimidade, a condenação do deputado federal Gilvan da Federal (PL) por violência política de gênero, um caso que se tornou o primeiro desse tipo com decisão confirmada no Espírito Santo e um dos primeiros do país.
O julgamento mantém as sanções aplicadas anteriormente, incluindo a multa de R$ 10 mil. Com esse desfecho, Gilvan também poderá ficar impedido de disputar eleições pelos próximos oito anos, conforme prevê a Lei da Ficha Limpa. A determinação ainda não é final e pode ser questionada em instância superior.
Nas redes sociais, Camila classificou o julgamento como “uma vitória histórica”, afirmando que a decisão representa um marco na proteção de mulheres eleitas e no enfrentamento à violência política que afasta, intimida e tenta silenciar parlamentares em todo o Brasil.
Durante a fala, Camila destacou que episódios de violência política são comuns, mas raramente chegam a uma condenação formal. Ela enfatizou que, apesar de tantas mulheres enfrentarem ataques rotineiros, grande parte das denúncias é arquivada, e muitas sequer chegam a ser registradas.
“Estamos literalmente desenhando a lei que criminaliza a violência política de gênero com as nossas vidas e exercício político”, afirmou, referindo-se à aplicação da Lei 14.192/2021.
Anos de ataques na Câmara de Vitória
Camila também relembrou a série de agressões verbais e comportamentos hostis que sofreu quando ainda era vereadora de Vitória, período em que Gilvan da Federal atuava na mesma legislatura. “Foram anos de interrupção, desqualificação, difamação e perseguição. Tudo para me constranger, me humilhar no meu espaço de trabalho, para o qual fui legitimamente eleita”, disse.
Ela afirmou que, mesmo diante das tentativas de silenciamento, não recuou do exercício do mandato: “Nós nunca nos calamos, enfrentamos e seguimos firmes. Essa vitória é nossa.”
A deputada reforçou que o caso tem dimensão coletiva. Para Camila, o julgamento cria uma referência importante para outras mulheres que ocupam ou desejam ocupar espaços de poder. “Não é só sobre mim, é sobre nós”, declarou. “É mais um marco para a proteção das mulheres nos espaços de poder e uma referência para a luta de todas nós.”

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