O Espírito Santo registrou, pelo sétimo ano consecutivo, uma queda no número de partos de nascidos vivos de mães adolescentes. Em 2024, foram contabilizados 4.977 partos de mães com idades entre 10 e 19 anos, o que representa uma redução de mais de 11% em relação ao ano anterior, quando foram registrados 5.549 partos.
A redução faz parte de uma tendência observada nos últimos anos. Dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc) indicam que, em 2018, o Estado registrou 7.431 partos de mães adolescentes, demonstrando um declínio significativo no período de sete anos.
Entre as iniciativas de conscientização e educação sobre saúde sexual e reprodutiva voltadas para adolescentes e jovens, destaca-se a atuação do Programa Saúde na Escola (PSE), que busca promover a conscientização e prevenção de doenças e agravos, incluindo a gravidez na adolescência. O programa alcança estudantes das 1.955 escolas públicas distribuídas pelos 78 municípios capixabas, por meio de ações educativas e informativas.
A referência técnica em Saúde da Mulher da Rede de Atenção Materna e Infantil, ginecologista e obstetra Letice Silva, enfatiza a relevância dessas iniciativas. “A prevenção da gravidez na adolescência é um compromisso com o futuro da nossa juventude. Por meio de ações integradas, estamos promovendo conhecimento, acesso à saúde e autonomia, contribuindo para que adolescentes e jovens tenham condições de planejar suas vidas com mais segurança e qualidade”, afirma.
A gravidez na adolescência é considerada um desafio de saúde pública devido aos riscos aumentados tanto para a mãe quanto para o bebê. Estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que gestantes adolescentes possuem maiores chances de complicações durante a gravidez, como a mortalidade materna. Além disso, os recém-nascidos estão mais suscetíveis à prematuridade, problemas congênitos e dificuldades de desenvolvimento.
Apesar da redução significativa nos números, a questão ainda exige atenção, especialmente em regiões mais vulneráveis, onde os desafios sociais e econômicos são maiores. A manutenção da tendência de queda na gravidez na adolescência depende da continuidade e do fortalecimento das políticas de prevenção, bem como do acesso adequado à educação e à assistência em saúde para jovens em todo o Estado.
Números da gravidez na adolescência no ES (Sinasc)
Tabela produzida pela Sesa ES
Entre as principais ações realizadas pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS), destacam-se a disponibilização de medicamentos e insumos, incluindo tratamento para Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), como a sífilis, além de preservativos masculinos e femininos e outros métodos anticoncepcionais. Também são oferecidos exames e coletas laboratoriais, incluindo sorologias para ISTs e outros exames essenciais para o monitoramento da saúde sexual. As UBS contam com consulta médica e de enfermagem, com atendimento individualizado focado na saúde sexual e reprodutiva, orientação sobre os riscos da gravidez precoce e prevenção de ISTs.
Além disso, são promovidas ações educativas voltadas para adolescentes, jovens, pais, familiares e responsáveis, realizadas tanto nas UBS quanto em escolas e comunidades. Em casos necessários, ocorrem visitas domiciliares para acompanhar e orientar famílias e adolescentes em situações de vulnerabilidade.
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