Atualizado em 17/01/2025 – 14:24
O Espírito Santo registrou um aumento significativo no número de transplantes de órgãos realizados nos últimos anos, de acordo com dados da Central Estadual de Transplantes (CET-ES). Em 2024, foram realizados 173 procedimentos de órgãos sólidos, um crescimento de 21,83% em relação a 2023, quando 142 foram realizados. Em 2022, esse número foi de 104 transplantes.
Entre os órgãos transplantados em 2024, destacam-se os de coração (10), rim (102) e fígado (61). Comparando os dados de 2022, os avanços são ainda mais expressivos, principalmente no caso do fígado, com um salto de 23 transplantes em 2022 para 61 em 2024.
“São 173 vidas que receberam uma chance. Isso é muito significativo, por isso é importante que a população entenda a importância da doação de órgãos. Para ser um doador, basta declarar a vontade para os familiares. Fazer com que a família saiba sobre o desejo de doar do parente falecido é essencial para a autorização da doação”, destacou o secretário de Estado da Saúde, Tyago Hoffmann.
Atualmente, 2.347 pessoas aguardam na fila de espera por um transplante no Espírito Santo, sendo 966 para rim, 1.344 para córnea e 37 para fígado.
Córneas
Em 2024 também houve um aumento significativo de transplantes de córneas: 35%, passando de 234 em 2023 para 316 no último ano. Esse tipo de procedimento não entrou na contagem principal porque não se trata de um órgão sólido, mas sim de um tecido.
Esse tipo de transplante não exige compatibilidade de tipo sanguíneo pois a córnea é um tecido avascular, ou seja, não possui vasos sanguíneos, então o risco de rejeição é bem menor e a facilidade em conseguir fazer o procedimento é maior.
Desafio: as recusas
Apesar do avanço, o Estado enfrenta desafios como o aumento de 9% nas recusas familiares em relação a 2023. Esse aumento na recusa familiar impacta diretamente a realização de novos transplantes.
Segundo a coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Maria Machado, a recusa familiar na doação de órgãos pode ter vários motivos, como falta de compreensão do diagnóstico de morte encefálica; aspectos religiosos; medo de que o corpo demore a ser liberado para o velório; premissa de que o potencial doador não era doador em vida, entre outros. Ela ressaltou ainda que o índice de recusa familiar no Estado ainda é alto e impacta no número de transplantes.
Transplantes em números
2022
- Coração: 03
- Rim: 78
- Fígado: 23
- Córnea: 228
Total de transplantes de órgãos sólidos realizados: 104
2023
- Coração: 04
- Rim: 89
- Fígado: 48
- Córnea: 234
Total de transplantes de órgãos sólidos realizados: 142
2024
- Coração: 10
- Rim: 102
- Fígado: 61
- Córnea: 316
Total de transplantes de órgãos sólidos realizados: 173
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