Atualizado em 16/04/2025 – 08:03
Vilson Luiz Ballan se tornou réu e teve prisão temporária convertida em preventiva, nesta terça-feira (15), pela morte do jovem Breno Rezende de Carvalho, ocorrido no dia 15 de março na Rua da Lama, em Vitória. A Justiça do Espírito Santo acatou a denúncia do Ministério Público Estadual, que torna o dono do bar Sofá da Hebe réu por homicídio doloso qualificado, por motivo fútil e com recurso que dificultou a defesa da vítima.
Na decisão, o juiz Carlos Henrique Rios Do Amaral Filho, da 1ª Vara Criminal de Vitória, reconhece que há na denúncia indícios suficientes de autoria e materialidade do crime, o que justifica o prosseguimento da ação penal. Com isso, Vilson Luiz Ballan passa a responder como réu e tem o prazo de 10 dias para apresentar sua defesa.
Foi decretada também a prisão preventiva do acusado, tendo como justificativa do juiz a gravidade do crime e a forma como esse foi cometido, destacando o fato de ser sido cometido por motivo fútil e executado de maneira que dificultou a defesa da vítima.
O juiz também ressaltou que o réu fugiu do local logo após o crime, o que demonstra risco à aplicação da lei penal e possibilidade de interferência na coleta de provas e intimidação de testemunhas. Diante disso, entendeu que a prisão é necessária para garantir o andamento regular do processo.
No caso, Vilson já se encontra preso no Centro de Triagem de Viana, mas a decisão da Justiça que converteu a prisão temporária em preventiva reforça que ele permanecerá detido até ser julgado pelo Tribunal do Júri, que definirá a pena a ser cumprida.
A denúncia
A denúncia apresentada à Justiça pelo Ministério Público do Espírito Santo reconta e esclarece dúvidas sobre os acontecimentos do momento do crime. De acordo com o documento, Breno e seus amigos, que estavam no bar do acusado “Sofá da Hebe”, na Rua da Lama, haviam adquirido uma cerveja e deixado outra paga. O denunciado, entretanto, passou a cobrar o grupo pela quantia de R$ 16, afirmando que as bebidas não haviam sido pagas.
É destacado também que o grupo contou com a confirmação do pagamento por um garçom que trabalha no bar:
“Diante da explicação de Breno e de seus amigos de que a conta já fora paga, Vilson em tom alterado, exigiu o pagamento da quantia mencionada e proferiu a ameaça: ‘vocês têm 5 minutos pra resolver isso aí’. Extrai-se dos autos que, após essa intimidação, a vítima e seus amigos procuraram o garçom do bar, o qual confirmou ao denunciado que a cerveja já havia sido paga. Ainda assim, Vilson discutiu com o garçom, enquanto a vítima e seus amigos reafirmaram que a bebida estava paga e retornaram à mesa”, expõe a denúncia.
Relembre o caso
Na madrugada de 15 de março (sábado), Breno Rezende de Carvalho foi morto com uma facada enquanto estava com amigos na Rua da Lama, em Jardim da Penha, Vitória. Na ocasião, testemunhas contaram à polícia que uma confusão iniciada dentro do bar se estendeu para a calçada e que o crime teria sido motivado por uma discussão a respeito do pagamento de uma bebida.
A polícia foi acionada e encontrou a vítima já ferida, sendo amparada por uma mulher. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado, mas Breno não resistiu aos ferimentos e faleceu no local.
Testemunhas relataram à Polícia Militar que o autor dos golpes fugiu do local em uma picape branca estacionada em frente ao estabelecimento. As descrições e outros elementos colhidos durante as investigações levaram à identificação do empresário Vilson Ballan.
Vilson Luiz Ballan foi preso temporariamente no dia 18 de março, após o acusado se entregar à Polícia Civil depois de um acordo proposto pela sua defesa. Ele está no Centro de Triagem de Viana.


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