Atualizado em 03/12/2025 – 15:55
O Brasil registrou no trimestre encerrado em outubro a menor taxa de desemprego da série histórica do IBGE: 5,4%. O índice faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) divulgada nesta sexta-feira (28) e representa uma melhora consistente do mercado de trabalho.
O período também marcou recordes de trabalhadores com carteira assinada, de pessoas ocupadas, e de massa salarial, sinalizando que mais gente está trabalhando e ganhando melhor.
Principais números do trimestre
-
Desemprego: caiu para 5,4%, abaixo dos 5,6% registrados no trimestre anterior e dos 6,2% de outubro de 2024.
-
Desocupados: chegaram a 5,91 milhões, o menor número da série histórica. Isso representa 788 mil pessoas a menos procurando emprego em relação ao ano anterior.
-
Total de ocupados: atingiu 102,5 milhões, também recorde.
-
Carteiras assinadas: chegaram a 39,182 milhões, o maior número já registrado.
-
Massa salarial: alcançou R$ 357,3 bilhões, aumento de 5% em um ano, impulsionado por mais ocupação e maior rendimento.
A maior taxa de desemprego já registrada no indicador foi de 14,9%, nos trimestres encerrados em setembro de 2020 e março de 2021, durante a pandemia.
Juros altos, renda em alta
Mesmo com a Selic em 15% ao ano, o maior nível desde 2006, a renda dos trabalhadores tem ajudado a manter o consumo aquecido.
Segundo a coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, a massa de rendimentos elevada funciona como um importante estímulo econômico.
Ela explica que, apesar dos juros altos encarecerem o crédito e frearem a economia, mais gente trabalhando e ganhando melhor ajuda a compensar esse efeito.
A Selic está elevada porque o Banco Central tenta conter a inflação, que está há 13 meses acima da meta máxima de 4,5% definida pelo governo.
Setores que mais contrataram
Dos dez grupos de atividades analisados pelo IBGE:
-
Construção cresceu 2,6%, gerando cerca de 192 mil novas ocupações.
-
Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais avançou 1,3%, com 252 mil novos postos.
-
O único setor que recuou foi o de outros serviços, com queda de 2,8%, o que representa 156 mil vagas a menos.
Informalidade segue estável e previdência bate recorde
A informalidade ficou em 37,8%, o equivalente a 38,7 milhões de trabalhadores sem direitos trabalhistas. O índice está estável em relação aos trimestres anteriores e abaixo dos 38,9% registrados em outubro de 2024.
O número de trabalhadores que contribuem para a Previdência também alcançou o maior nível da série: 67,8 milhões de pessoas.
Isso significa que 66,1% dos ocupados estão contribuindo, marca que iguala o recorde de janeiro de 2016.
Segundo Adriana Beringuy, isso está diretamente ligado à redução da informalidade, já que esse grupo costuma ser o mais distante da proteção previdenciária.
Resultado do Caged
O resultado da Pnad foi divulgado um dia após o Caged, que acompanha apenas empregos com carteira assinada.
Em outubro, o país registrou saldo positivo de 85,1 mil vagas formais.
No acumulado de 12 meses, o saldo é de 1,35 milhão de novos postos.

Receba, semanalmente e sem custos, os destaques mais importantes do ES diretamente no seu e-mail.





