Atualizado em 19/12/2024 – 19:06
Uma dentista, de 34 anos, e um veterinário, de 41, estão presos suspeitos de envolvimento na morte de um homem no bairro Vale Encantado, em Vila Velha, ocorrido em 30 de agosto de 2021. De acordo com a Polícia Civil, a vítima ainda não foi identificada e seria um morador em situação de rua. As informações foram passadas em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (19).
A dentista foi presa na clínica que é proprietária, no bairro Itapuã, em Vila Velha. Já o veterinário foi detido em 13 de novembro, por conta do andamento das investigações, que apontam que ele teria atirado. Segundo a polícia, esta é a segunda vez neste ano que ele é preso: a primeira foi em janeiro, acusado de extorquir um empresário indiano. O suspeito respondia pelo crime em liberdade, mas usava uma tornozeleira eletrônica.
Os dois eram namorados na época do crime, mas atualmente não estavam mais juntos.
O crime
O adjunto da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha, delegado Cleudes Junior, responsável pela investigação, explicou que o corpo da vítima foi encontrado na Avenida Leste Oeste amordaçado, amarrado e com marcas de tiros. Entretanto, na época, as investigações não avançaram.
Em janeiro deste ano, o veterinário foi preso em uma operação da Polícia Federal, pelo crime de extorsão e outros delitos. Com ele, foram apreendidas muitas armas e munições. O caso foi amplamente divulgado. Depois disso, foi realizada uma denúncia anônima de que o homem era o mesmo que havia cometido o crime em Vale Encantado em 2021.
A partir disso, foi realizado um exame de microcomparação balística, para saber se a arma que havia sido usada no crime era uma das que tinham sido apreendidas com o veterinário pela Polícia Federal. E o resultado foi positivo.
“Em seguida, apareceu uma testemunha, que por temer pela própria vida, foi tratada como sigilosa. Ela relatou como todo o crime tinha ocorrido: que a vítima era uma pessoa em situação de rua que havia invadido a clínica da dentista, durante a noite, para praticar furto. A dentista tinha acesso às imagens de câmeras de videomonitoramento pelo celular, viu a invasão e ligou para o veterinário, que era namorado dela na época. Os dois foram até o local junto com uma amiga dela. O veterinário, armado, rendeu a vítima, a amordaçou e amarrou. A testemunha viu o veterinário arrastando a vítima para dentro da caminhonete deles e em todo momento a dentista estava com ele, inclusive no local da execução”, relatou o delegado.
A amiga da dentista também deu depoimento à polícia. Ela disse que saiu correndo ao ver o rumo que a situação estava tomando. “A polícia pediu a prisão preventiva da dentista, inclusive, por causa dessa testemunha, pois no dia do depoimento, a dentista ligou para ela, acreditamos que para tentar orientá-la sobre o que falar. Com isso, interpretamos ela como uma ameaça ás investigações, que ainda estão em andamento, e pedimos pela prisão preventiva dela”, disse o delegado.
Vítima não identificada
O homem que foi assassinado ainda não foi identificado. A Polícia explicou que ele possivelmente era um morador em situação de rua, entre 30 e 40 anos. Uma tatuagem dele foi divulgada, para ajudar na apuração. Nela, é possível ver escrito o nome Daniel.
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