Atualizado em 27/12/2024 – 07:31
A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) realizou uma operação que investiga um grupo suspeito de clonar cartões bancários de clientes de um banco digital, com sede no Estado, que opera nacionalmente. A empresa, que não teve o nome divulgado, identificou uma movimentação suspeita em suas contas, com os próprios usuários utilizando cartões de crédito clonados de terceiros para realizar transferências bancárias indevidas. Ao todo, o prejuízo causado é estimado em mais de R$ 300 mil.
A operação ocorreu no dia 19 dezembro, mas foi anunciada em coletiva de imprensa somente nesta quinta-feira (26). Ainda segundo as autoridades, foram realizadas três buscas e apreensões em Domingos Martins e outras duas em Vitória, que levaram à captura de celulares e computadores utilizados nos crimes. Entretanto, nenhum suspeito foi preso.
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Investigação
A polícia investiga cinco suspeitos, entre eles um borracheiro de 24 anos, responsável pela conta principal, que realizava as transferências indevidas para outras quatro contas bancárias de amigos e da namorada dele. De acordo a Polícia Civil, o suspeito teria confessado que utilizava cartões clonados para realizar as transações, mas afirmou ter sido coagido por outra pessoa, que o obrigava a espelhar a tela do seu celular durante as fraudes. Nesse caso, cerca de R$ 50 mil foram furtados.
Golpes em todo Brasil
O chefe da Divisão Patrimonial (DRCCP) e titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), delegado Brenno Andrade, explicou que a investigação revelou que o crime ocorreu em todo o Brasil, com várias pessoas de diferentes estados utilizando cartões clonados.
Entretanto, a empresa sediada no Espírito Santo, procurou as autoridades ao perceber as movimentações suspeitas, o que teria atraído o olhar das autoridades para os alvos no Estado. De acordo a Polícia Civil, os criminosos tiveram acesso aos dados bancários de clientes, após uma falha de segurança nos sistemas da empresa, em 2023.
As autoridades ainda investigam outras pessoas que receberam dinheiro do suspeito, incluindo a namorada dele e amigos, que afirmaram ter conhecimento do esquema. A mulher, que chegou a receber o valor de cerca de R$ 28 mil, disse apenas ter emprestado a conta dela.
Os suspeitos podem responder por furto mediante fraude e, até mesmo, associação criminosa. O delegado Brenno Andrade ressaltou que as investigações seguem em busca dos mandantes do crime.
“Esses golpes foram aplicados aqui e também em outros Estados. Por isso é importante investigar e prender os possíveis suspeitos que estejam coordenando esses crimes, para buscar cessar esse tipo de situação,” esclareceu o titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos.
O delegado ainda alertou para o perigo de emprestar contas bancárias para receber dinheiro de pessoas, pois isso pode ser um crime. “Não emprestem contas bancárias para outras pessoas, mesmo que conhecidas, pois não é possível saber a origem desse dinheiro. Se o valor tiver uma origem criminosa, você também poderá responder por um crime”, orientou.
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