Atualizado em 11/02/2025 – 15:17
No sábado (22), a Chegou o Que Faltava celebra as suas próprias raízes, levando para o Sambão do Povo o enredo “Da Lama sai muito barulho!”, que homenageia o bairro da escola, Goiabeiras, em Vitória, e todos os saberes e cultura que emergem da relação profunda do lugar com o manguezal.
A agremiação, fundada em 1975, está em busca do seu primeiro título no Grupo Especial e este ano conta com três alegorias, um tripé e 1.400 componentes e aposta em uma apresentação marcante.
“Estamos trabalhando muito para entregar um lindo desfile. O Carnaval de Vitória merece. Começamos esse trabalho desde meados do ano, já temos fantasias prontas e boa parte delas vendidas. Muita coisa é segredo, e os foliões só vão descobrir na avenida. A única coisa que podemos dizer é que, mais uma vez, a Chegou vem grande”, contou o presidente da escola, Rafael Cavalieri.
O enredo de 2025 promete orgulhar e emocionar a comunidade, refletindo sobre a importância da memória, dos saberes e das tradições que emergem do manguezal e moldam a identidade do bairro de Goiabeiras. Uma celebração da vida e cultura que nutre o bairro e seus moradores.
Confira o samba-enredo:
O YíN NÀNÁ YÒ EU SOU O MANGUE
Ô YÍN NÀNÁ YÒ RAIZ DO MEU SANGUE
BATUQUE DE CONGO, AXÉ DE TAMBOR
DE GOIABEIRAS O POVO DO SAMBA CHEGOU
(Ah mais chegou)
O que faltava quando tudo era nada
Oxalá foi a estrada e a Senhora anciã
Saluba nanã fez da lama seu ofício
Rege fim e o princípio
É memória ancestral do manguezal
O sal do corpo encontra a doçura
Onde repousam fé e cultura
Submerso ventre maternal
Pescador partiu pro mar
Na vazante o catador
Quem me cura é benzedeira
Onde a fé perpetuou
Das cantadeiras de roda a voz da lição
Som que emerge no meu pedaço de chão
Tira a canga do boi (bis)
Que griô é a estrela, menina
Tira a canga do boi
Salve preto Benedito que abençoa meu Barreiro
Vou louvar Sebastião todo vinte de janeiro
São Reis por Rainhas da vida
No vale da lida, nas mãos mulembá
Da lama transcende a chama!
Na cuia que abriga o dom de moldar
De Mães e filhas, eterna essência
São paneleiras a herança em resistência
Nasci… da fogueira dessa gente
De chão nobre, imponente
Preta forma de amor
Nos toques que ampliam meu barulho
Minha escola, meu orgulho
Evoca à vitória em seu louvor

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