Atualizado em 22/01/2025 – 15:09
Nada como um mergulho refrescante para espantar o calor, não é? Mas, além da diversão, é importante estar atento à segurança na água. Afogamentos podem acontecer em segundos, e saber como agir faz toda a diferença.
Em 2024, foram registrados cerca de 15 afogamentos por dia em todo Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa). Cerca de 48% dos casos acontecem com crianças de 4 a 11 anos, enquanto 41% ocorre durante o verão.
Pensando nisso, o VIXFeed separou algumas dicas para prevenir o afogamento e saber o que fazer em caso perigo nas águas. Confira!
Praias
A maior causa de afogamentos em praias são as correntes de retorno, que é um fenômeno marítimo que ocorre quando a água levada para a praia, volta para o mar, criando uma corrente forte. A major do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo, Gabriela Andrade, explica que nadar contra essa correnteza é justamente o que não se deve fazer.
“Quando a pessoa sente que está sendo puxada para dentro do mar é natural querer nadar para a parte rasa, mas isso é justamente o que não deve ser feito. Isso porque nadar em direção à praia nesses casos é nadar contra a correnteza, deixando a vítima cansada e em pânico, levando ao afogamento rapidamente”, esclarece a especialista em salvamento aquático.
Para sair de uma corrente de retorno, o ideal é nadar para os lados, buscando sair da correnteza. Além disso, essas correntes podem se tornar uma perfeita armadilha, já que quando se formam, apresentam poucas ou nenhuma onda. Pela falta de ondas, os banhistas acreditam que aquele ponto seja mais seguro, mas é justamente o contrário.
Além disso, a major alerta para o cuidado redobrado com crianças, pois a curiosidade natural da idade pode levar aos pequenos se colocarem em situações de perigo. O alerta também é valido para bebidas alcoólicas, que aumentam a confiança do banhista, fazendo-o subestimar os riscos.
Caso se depare com alguém em situação de afogamento, o ideal, conforme a especialista, é não entrar na água. Isso, pois a vítima de afogamento estará em pânico e poderá colocar sua vida em risco também. Então, ao identificar alguém em perigo, mantenha a calma e busque ajuda imediatamente. Se for seguro, jogue objetos flutuantes para a vítima, evitando riscos à sua própria segurança. Veja o vídeo para entender mais.
Piscinas
Piscinas parecem mais seguras, mas ainda oferecem riscos, especialmente para crianças. Segundo o Sobrasa, cerca de 65% das mortes até nove anos ocorrem por afogamento em casa, principalmente em piscinas residenciais. Por isso é muito importante redobrar a atenção, evitar deixar brinquedos próximos à área da piscina e, se possível, mantê-la sempre restrita ao acesso da criança.
Outro fator de risco são os drenos e ralos que possuem uma sucção para limpeza da piscina. Crianças de 4 a 11 anos que sabem nadar se afogam mais pela sucção das bombas de piscinas, conforme explicou o Sobrasa. Por isso, o ideal é desligar o equipamento enquanto a piscina estiver sendo utilizada, como frisou a major Gabriela.
“As crianças devem ser orientadas a não mexerem no ralo, principalmente se eles não estiverem com a tampa anti sucção. Se possível desligue a bomba durante o uso da piscina”, alerta.
Apesar de parecer uma solução práticas, as boias infláveis não são equipamentos de segurança e podem colocar as crianças em risco. Além de perder a flutuabilidade rapidamente, caso sejam perfuradas, conforme explicou a major, as boias infláveis de braço ou redondas podem facilmente sair da criança. O ideal é optar por coletes de espuma que se ajustam melhor ao corpo dos pequenos e são mais seguros.
Cachoeiras e lagos
Esses locais têm beleza natural, mas escondem perigos como pedras e correntes invisíveis. Apesar do verão ser marcado por calor e sol, nesse período também ocorrem muitas chuvas, o que pode ser um risco para banhistas em cachoeiras. Isso devido a um fenômeno conhecido com cabeça d’água no qual o nível da água de uma cachoeira aumenta rapidamente devido a fortes chuvas.
A especialista em salvamento aquático observa que, com a força da água, os banhistas podem ser surpreendidos e arrastados. A principal dica para evitar esse risco é verificar a previsão do tempo.
“Se tiver previsão de chuva, remarque o passeio. Outro ponto importante é ficar atento aos sinais. Se estiver na cachoeira e perceber que a água está subindo muito rápido, saia imediatamente, pode ser uma cabeça d’água chegando”, reforça a major Gabriela.
Já os lagos costumam passar uma falsa sensação de segurança para os banhistas, que segundo a bombeira militar, leva a uma maior exposição aos riscos.
“Normalmente uma pessoa que não sabe, fica consciente do perigo nas praias por conta das ondas e da agitação do mar. Entretanto, nos lagos, a sensação de tranquilidade da água leva ela a se expor mais ao risco e se afastar das margens”, apontou.
O fundo dos lagos é irregular, com mudanças bruscas de profundidade. Uma pessoa pode entrar em uma área rasa e, com poucos passos, alcançar um ponto onde não consegue mais tocar o chão. Além disso, é comum ter objetos de enrosco no fundo, que podem restringir os movimentos da vítima. Outro risco é o fato desses locais, normalmente, não terem a supervisão de guarda-vidas.
Vale a pena ressaltar que brincadeiras como saltos podem levar a lesões e até a morte. A major Gabriela destaca que também é preciso evitar tirar fotos ao caminhar por pedras, por serem ambientes escorregadios que podem levar a queda.
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