Atualizado em 16/09/2025 – 13:37
O Museu de Arte do Espírito Santo (MAES), em Vitória, recebe até o dia 19 de outubro a exposição “O fim me parece o nascer do sol”, da artista plástica e psicanalista Re Henri. Com entrada gratuita, a mostra apresenta obras que exploram a dor do luto e a transformação do recomeço, inspiradas na experiência pessoal da artista durante a pandemia e na perda de seu pai em 2015. A curadoria é de Neusa Mendes.
As peças de Re Henri utilizam materiais como a espuma da cama da artista e estruturas da construção civil em isopor e do concreto, combinados à tinta amarelo-ouro, para criar uma narrativa visual sobre ruína e restauro, morte e vida, fim e novo começo.
A artista relaciona suas experiências pessoais com o episódio histórico do bombardeio da cidade de Hiroshima,no Japão, no fim da Segunda Guerra Mundial. Mergulhada em uma pesquisa investigativa que propõe um paralelo entre o evento e o luto por seu pai, Re traz novos contornos e contrastes para esses materiais com representações do sol e tinta amarela, representando resistência, impregnação e fragmentos de memória.
Enquanto vivenciava o luto pelo pai, a artista se identificou profundamente com a frase “pensei que o sol havia caído diante dos meus olhos”, falada por uma sobrevivente em um documentário sobre o bombardeio. A artista conta que, logo após a morte de seu pai, passou a noite em claro e foi surpreendida pela forte luz do sol na varanda, anunciando um novo amanhecer e cobrindo seu corpo, ideia muito presente nas obras da exposição.
Os trabalhos artísticos são fruto de 5 anos de pesquisa e aprofundamento nos temas. “Meu trabalho se apresenta de forma inédita em peças de escala humana que convidam o outro em uma relação com o corpo próprio. Também salientam um retorno da pintura em minha pesquisa plástica, dispositivo que foi meu primeiro encontro com a arte, quando eu ainda era criança. Pintar é manipular com as mãos os fragmentos corpóreos, viscosos e viscerais, transcender o que já é nosso. Acredito que minha pesquisa se faz contemporânea quando convida o público a olhar para dentro”, destaca a psicanalista.
“O fim me parece o nascer do sol” é a sua segunda exposição solo da artista, que se consolida como referência na cena artística contemporânea capixaba. Neste ano, a artista integrou a exposição coletiva “A Cidade Sou Eu”, na OÁ Galeria. A artista esteve também presente no ano de 2018/19 na coletiva 20/20, do Museu Vale; e em 2017, apresentava sua primeira exposição individual, “O Véu do Real”, na Galeria Homero Massena, com recorde de público visitante.
A exposição chegou ao MAES no dia 19 de agosto, e permanece em exibição até o dia 19 de outubro, com entrada gratuita. Visitações podem ser realizadas de terça-feira à sexta-feira, das 10h às 18h, e sábados e domingos, das 10h às 16 horas.

Receba, semanalmente e sem custos, os destaques mais importantes do ES diretamente no seu e-mail.