Atualizado em 14/04/2025 – 12:26
O segundo suspeito de matar o motorista Claudio Bernardo da Silva, durante o Carnaval deste ano em Fundão, foi preso neste sábado (12) em Vila Velha. O enteado da vítima, Thiago Malaquias, de 36 anos, foi localizado pela polícia a poucos metros do local onde enterrou o corpo com a ajuda do irmão, Pablo Malaquias, que já está preso.
Claudio Bernardo Silva, de 58 anos, foi dado como desaparecido no dia 4 de março deste ano, quando foi passar o Carnaval com a família em Praia Grande, Fundão, e não foi mais visto após levar a esposa para o trabalho. No dia 19 de março, o corpo dele foi localizado em uma cova na areia entre a Praia dos Recifes e a Barra do Jucu, entre Vila Velha e Guarapari. Em 10 de abril, a Polícia Civil divulgou a conclusão do inquérito do caso, apontando que os assassinos eram os enteados da vítima, tendo cometido o crime por causa de desavenças familiares e questões financeiras.
Enquanto Pablo Malaquias foi o primeiro a ser preso após ser flagrado dirigindo o carro da vítima quando foi abordado, a última informação sobre Thiago que era de conhecimento da polícia é de que ele havia sido deixado pelo irmão em Guarapari antes da prisão.
O delegado Leandro Sperandio, titular da Delegacia de Polícia de Fundão, explicou que a prisão de Thiago foi realizada na madrugada de sábado (12), em Vila Velha. Ele foi encontrado a poucos metros do local onde a vítima foi enterrada.
“Thiago foi preso poucos metros do local em que ele enterrou a vítima, isso demonstra a audácia dele em retornar à cena do crime. A imprensa cobriu esse caso, divulgou o retrato e a imagem do indivíduo que estava foragido e logo depois da divulgação, nós passamos a receber diversas informações de denúncias que culminaram nesta prisão”, afirmou o delegado.

Segundo informações, os enteados de Claudio já tinham várias passagens pela polícia desde a adolescência, por crimes como tráfico de drogas, assalto, porte de arma, violência contra a mulher, homicídio e também por latrocínio.
Quem são os executores
De acordo com a polícia, os suspeitos de executar Cláudio são os enteados dele: Pablo Malaquias, de 31 anos, e Thiago Malaquias, de 36. Ambos já tinham várias passagens pela polícia desde a adolescência, por crimes como tráfico de drogas, assalto, porte de arma, violência contra a mulher, homicídio e também por latrocínio.
Pablo, inclusive, estava evadido do sistema prisional. Segundo a polícia, ele estava em regime semiaberto e durante o cumprimento da pena ele podia sair para trabalhar, retornando ao final do expediente, mas houve um dia em que não retornou mais. O suspeito foi o primeiro a ser preso, pois estava dirigindo o carro de Cláudio quando foi abordado pela polícia – que já tinha formado um cerco e tinha o número da placa do carro, após denúncia da esposa – horas depois do crime ter acontecido.
Como ocorreu o crime
Cláudio e a esposa residiam em Vila Velha, mas tinham uma casa em Praia Grande, Fundão, onde estavam passando o feriado de carnaval. O superintendente de Polícia Regional Norte, delegado Fabrício Dutra, um dos responsáveis pela investigação, explicou que as apurações apontaram que a vítima era um homem muito correto, tanto no ambiente familiar quanto no trabalho, o que chamou muito a atenção das pessoas que o cercavam quando ele desapareceu.
“Havia um desentendimento familiar entre eles, porque o Thiago ameaçava a mãe, era usuário de drogas, então queria sempre dinheiro e coagia a mãe. O Cláudio intervia nessas brigas em favor da mãe, esposa dele. Inclusive, ele teria expulsado os dois de casa por conta desse convívio conflituoso, mas no carnaval eles meio que fizeram as pazes. Não sei se os enteados realmente tinham essa intenção de fazer as pazes ou se foi tudo um teatro, mas o Cláudio resolveu dar uma nova chance para os meninos e recebeu eles na casa em Praia Grande, que era uma casa de praia deles”, disse o delegado.
Conforme as investigações, depois de levar a esposa para o trabalho em um asilo, Cláudio ainda encontrou com alguns familiares da esposa e com os enteados, e depois seguiu para casa em Praia Grande. Na residência, ele foi morto pelos irmãos.
Os dois então colocaram o corpo no carro de Cláudio e seguiram em direção a Guarapari, mas não encontraram um lugar para enterrá-lo. Retornando, pararam na região entre a Barra do Jucu e Praia dos Recifes, um local ermo, e lá cavaram uma cova funda para deixar o corpo.
“A causa da morte é indeterminada, não foi a tiro, mas como o corpo já estava em uma fase gasosa quando foi encontrado, foi indeterminada. O que a gente pode dizer é que ele estava com as pernas e os braços amarrados, e uma corda também amarrada no pescoço”, detalhou o delegado.
Depois de enterrarem o corpo, retornaram para Praia Grande, esconderam o carro e voltaram para casa. Segundo a polícia, quando a mãe retornou do trabalho, já no dia 4 de março de manhã, perguntou pelo marido e os filhos disseram que ele não havia voltado. Foi então que ela procurou a polícia, pois essa não era uma atitude comum.
O delegado explicou que os irmãos, então, saíram de casa justificando que iriam trabalhar, mas pegaram o carro de Cláudio e seguiram para Guarapari, onde ficou Thiago. No retorno, Pablo acabou preso.
Encontro do corpo
O corpo de Cláudio foi encontrado no dia 19 de março, 15 dias após o crime. As cadelas Brisa e Fênix que ajudaram a localizar a cova.
“O Corpo de Bombeiros já faz um trabalho de localização de pessoas desaparecidas, tanto vivas quanto em óbito, e os cães eles estão inseridos nesta unidade. Naquele caso específico, a Polícia Civil nos indicou o possível local e fomos até lá com as cadelas. Foram elas que indicaram o ponto onde o corpo foi enterrado”, explicou o sargento Erisley Lenke, do Centro Especializado de Resposta a Desastres (Cerd), do Corpo de Bombeiros.

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