Um registro inédito de planta ornamental foi identificado no Monumento Natural Serra das Torres (Monast), que fica no Sul do Espírito Santo, durante o projeto “Prospecção de Flora no Monumento Natural Serra das Torres”. A descoberta foi realizada pelo pesquisador e botânico Marcelo Leandro Brotto, do Museu Botânico Municipal de Curitiba (MBM).
De acordo com o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), que administra o Monast, o pesquisador encontrou uma planta pertencente ao gênero Dichorisandra, da família Commelinaceae, que apresentava pétalas azuis e sépalas amarelas, características nunca registradas anteriormente. Após consultas com especialistas, foi confirmado que a planta é uma variação da espécie Dichorisandra procera, já conhecida no Sudeste e Nordeste do Brasil, mas que apresenta pela primeira vez esta coloração nas sépalas, sendo exclusiva do Monast.
O Monumento Natural Serra das Torres (Monast) está localizado nos maciços rochosos entre os municípios de Atílio Vivácqua, Muqui e Mimoso do Sul, representando uma rica área preservada de Mata Atlântica.
Para o gestor da Unidade de Conservação (UC), Guilherme Carneiro, a descoberta reforça a importância da conservação e da pesquisa científica na UC. “Já conhecíamos indivíduos com a floração comum, de flores azuis, mas nunca havíamos visto essa variação com sépalas amarelas. Agora, precisamos mapear onde esses indivíduos estão presentes”, disse.
Além da conservação no ambiente natural, uma estratégia importante será a propagação fora da natureza. Segundo Guilherme Carneiro, devido ao apelo ornamental da planta, sua produção em viveiros pode representar uma nova oportunidade de renda para as comunidades do Monast.
“Essa nova variação reforça a riqueza e a singularidade da biodiversidade do Monast, evidenciando a necessidade de preservação e estudos contínuos sobre a flora local”, ressaltou o gestor.

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