Atualizado em 10/04/2025 – 16:45
Foi preso, na tarde desta quarta-feira (9), Maxssuel Gonçalves, de 38 anos, suspeito do feminicídio de sua companheira, Maria Francisca de Souza, também de 38 anos. O crime aconteceu na noite da última sexta-feira (4) e o corpo da vítima foi encontrado na manhã do sábado (5), com o rosto submerso em um valão no bairro Boa Sorte, em Cariacica.
A prisão foi realizada pela Polícia Civil, por meio da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), no bairro Itacibá, também em Cariacica, após a expedição de mandado de prisão temporária.
Segundo a delegada Raffaella Aguiar, chefe da DHPM, o suspeito chegou a se apresentar à polícia nesta terça-feira (8), quando foi ouvido, mas liberado após prestar o depoimento, já que o prazo de flagrante já havia terminado e não havia mandado judicial expedido na ocasião.
Investigações
Em um primeiro momento, o caso foi tratado como “encontro de cadáver”, mas segundo a titular da DHPM, imagens de videomonitoramento obtidas pela Polícia Civil foram fundamentais para a comprovação de uma morte violenta e a identificação do autor do feminicídio.
“Tivemos acesso às imagens, avaliamos e fizemos um relatório de investigação. Entramos em contato com o IML para saber quais as lesões que tinham aparecido no exame cadavérico. Fiz contato com familiares, ouvimos testemunhas, para assim a gente ter um vestígio forte, robusto, que justificasse a gente representar a justiça pela prisão do autor”, explicou a delegada.
As imagens de videomonitoramento mostram o casal discutindo em uma ponte na noite de sexta-feira (4), quando o homem puxa a vítima pelo pescoço e a arrasta até uma área de vegetação, onde fica localizado o valão, no bairro Boa Sorte, em Cariacica. Cerca de cinco minutos depois, ele é visto deixando o local sozinho.
Após o crime, de acordo com a Polícia Civil, Maxssuel voltou para casa, trocou de roupa, retornou ao local da queda e, posteriormente, foi até a residência da vítima, localizada na mesma rua do valão para buscar o enteado, filho de Maria Francisca de Souza. Na manhã do dia seguinte, ele deixou a criança na sorveteria da família paterna do menino, dizendo que a mãe estava desaparecida.
A delegada Raffaella Aguiar explica que, em depoimento colhido na terça-feira (8), quando se apresentou à polícia, o suspeito declarou que a morte foi um acidente.
“Ele falou que eles são usuários de drogas e naquele final de semana eles estavam usando muita cocaína. Segundo ele, eles fizeram uso de 38 pinos de cocaína e que no momento em que foi pegar mais um, a vítima não gostou porque ela estava dando a maior parte do dinheiro e eles começaram aquele atrito por conta da droga. E nesse momento ele teria escorregado com a vítima abraçada pelo tórax e ela caiu lá embaixo no valão”, relatou a delegada.
Ela frisou, entretanto, que a versão dele não era compatível com o que foi observado nas imagens obtidas pela polícia: “Ele foi até a delegacia com uma forma de tentar ludibriar as investigações e possivelmente se esquivar da sua responsabilidade criminal do ato que ele praticou. Não conseguiu o êxito e ontem nós obtivemos a decretação do mandado de prisão temporária e o efetivamos”, declarou a chefe da DHPM.
Histórico de violência
O suspeito, Maxssuel Gonçalves, de 38 anos, já tinha um histórico de violência. Segundo a polícia, ele havia sido preso em abril do ano passado, acusado de ameaçar Maria, mas foi liberado após audiência de custódia. A delegada afirmou que o homem nega ter cometido qualquer violência durante o relacionamento com a vítima.
Após a prisão, o investigado permanece à disposição da Justiça e pode ser indiciado por feminicídio.
Relembre o caso
Na manhã do último sábado (5), o corpo de Maria Francisca de Souza, de 38 anos, foi encontrado em um valão no bairro Boa Sorte, em Cariacica. Imagens de videomonitoramento encontradas pela polícia indicam que a morte aconteceu na noite de sexta-feira, quando a vítima e um homem, identificado como seu companheiro Maxssuel Gonçalves, aparecem discutindo.
Nas imagens, é possível identificar o momento em que o homem puxa a vítima pelo pescoço e a arrasta até uma área de vegetação onde fica o valão em que o corpo foi encontrado.
Maria Francisca de Souza vivia na mesma rua onde fica o valão. A vítima deixa três filhos.

Receba, semanalmente e sem custos, os destaques mais importantes do ES, do Brasil e do mundo diretamente no seu e-mail.