Atualizado em 30/03/2025 – 17:49

O homem que foi preso por matar a vendedora Carla Gobbi Fabrete, dentro da loja em que ela trabalhava na Glória, em Vila Velha, morreu dentro do presídio. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) neste domingo (30). Weverson Rodrigues de Souza estava no Centro de Detenção Provisória de Vila Velha desde o dia 14 de março. A causa da morte ainda não foi definida.

O crime ocorreu no dia 10 de março de 2025. A lojista Carla Gobbi Fabrete, de 25 anos, foi atacada a facadas na loja em que trabalhava, no Polo de Moda da Glória, por Weverson Rodrigues, que se passava por um cliente. A mulher foi levada para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência, em Vitória, onde chegou a passar por três cirurgias, mas faleceu na madrugada do dia seguinte ao ataque.

De acordo com as investigações policiais, a escolha da vítima foi aleatória, mas o crime foi premeditado.

A morte de Weverson foi registrada na manhã deste domingo (30). A Sejus informou, por meio de nota, que ele passou mal.

“W.R.S começou a passar mal e internos que dividiam a cela com ele informaram aos policiais penais do plantão. Imediatamente, ele foi socorrido por servidores para a Unidade de Saúde do Sistema Prisional (USSP), onde já chegou sem vida. A causa da morte ainda não está definida. A Sejus esclarece que todos os trâmites necessários estão em andamento na unidade, como comunicar o fato às autoridades policiais e de justiça”, diz a nota.

Conclusão do inquérito

A Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou Wenderson Rodrigues de Souza – preso em flagrante por ter matado à facadas a vendedora Carla Gobbi Fabrete, no Polo de Moda da Glória, no dia 10 de março – por feminicídio. De acordo com a delegada Raffaela Aguiar, ele afirmou em interrogatório que, naquele dia, “saiu de casa com a intenção de fazer mal a alguém”, o que indica que o crime foi premeditado, apesar da aleatoriedade da escolha da vítima.

As informações divulgadas em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (25). Com o fim do inquérito, a Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM) da PCES concluiu que o assassinato da lojista foi um feminicídio com base em imagens de câmeras de videomonitoramento. Segundo a delegada, é possível perceber que o homem priorizava a escolha de uma mulher como vítima.

“Dez minutos antes da prática do feminicídio, ele passou do outro lado da rua, estava analisando as lojas. Quando ele se deparou com a loja da vítima, ele parou, ele retornou um pouco, ele olhou, seguiu. Dez minutos depois, ele ingressou nessa loja, porque ela trabalhava sozinha, era uma mulher, estava ali uma vulnerabilidade”, explicou.

Além disso, de acordo com a delegada Raffaella Aguiar, foi levado em consideração que, nas investigações da Polícia Civil sobre a vida prévia do autor do crime, foi descoberto um histórico de violência doméstica contra ex-parceiras.

Premeditado

De acordo com a delegada, o crime foi premeditado: o suspeito já portava a faca utilizada no crime e afirmou em interrogatório “ter saído de casa com a intenção de fazer mal à alguém”. A polícia descarta também a hipótese de que Wenderson possa ter passado por algum tipo de surto no momento do crime, alegada pela defesa do investigado.

“A investigação deixou claro que ele não estava, em nenhum momento, sem condições de entender o ato que ele estava praticando. Pelo contrário, estava muito bem decidido pelo o que ele fez”, explicou o delegado-geral da PCES, José Darcy Arruda.

Com a conclusão do inquérito, a Polícia Civil indiciou Wenderson Rodrigues de Souza pelo crime de feminicídio por menosprezo à condição de mulher, com duas majorantes que aumentam a gravidade do crime: o fato da vítima ser mãe e o uso de meio cruel, com impossibilidade de defesa da mesma.

“A Polícia Civil fez a sua parte, esperamos que a Justiça faça a dela também e que ele responda às raias da Justiça, se possível com pena máxima”, afirmou o delegado José Darcy Arruda.

Relembre o caso

A lojista Carla Gobbi Fabrete, de 25 anos, foi atacada a facadas na loja em que trabalhava, no Polo de Moda da Glória, em Vila Velha, por um homem que se passava por um cliente, no dia 10 de março. A mulher foi levada para o Hospital Estadual de Urgência e Emergência, em Vitória, onde chegou a passar por três cirurgias, mas faleceu na madrugada do dia seguinte ao ataque.

O suspeito, Wenderson Rodrigues de Souza, de 30 anos anos, foi preso em flagrante pouco depois de deixar o local do crime. Ele foi encontrado tentando se ferir com a mesma faca utilizada no crime e levado ao Hospital Estadual Antônio Bezerra de Faria, em Vila Velha, de onde teve alta depois de quatro dias internado e foi levado para o Centro de Triagem de Viana.

A vítima não tinha nenhuma relação com o autor do crime e foi escolhida de forma aleatória no local do ataque. Wenderson era conhecido no bairro por vender doces vestido de super-herói.