Itarana, município do interior do Espírito Santo, tem se destacado pela produção e comercialização de uma fruta ainda desconhecida por muitos brasileiros: o achachairu. A produção da fruta, que tem origem na Amazônia Boliviana, já ultrapassou as barreiras do estado, sendo enviada para todo o Brasil e até para outros países. Atualmente, está em andamento na Assembleia Legislativa um Projeto de Lei que propõe que a cidade receba o título de Capital Estadual do Achachairu.
A fruta exótica que conquistou Itarana é parecida com o mangostão consumido no Brasil, porém tem um sabor mais marcante: doce, mas com um pouco de acidez. O preço, entretanto, pode ser um pouco “salgado”, chegando a custar mais de R$ 30 o quilo.
É uma fruta versátil e pode ser consumida de diferentes formas – transformada em suco, sorvete e geleia, por exemplo – mas no Brasil, é principalmente consumida in natura.
Por ser uma planta diferente do comum, de clima quente e de baixa manutenção – que não precisa de poda, de muita irrigação ou adubo – foi a aposta de alguns agricultores de Itarana. Esses produtores rurais investiram no plantio da planta e começaram a comercializar sua produção há alguns anos. Hoje colhem os frutos dessa decisão, tendo o achachairu como fonte de renda.
Um dos empreendedores que tem se destacado em Itarana é Abel Basilio de Souza Neto, dono da Fruticultura Matutina, sendo hoje um dos principais produtores da fruta no país. Ele contou que o início do cultivo surgiu a partir do costume familiar de consumir a fruta, pois um parente trouxe cinco sementes de achachairu direto da Bolívia para serem plantadas na propriedade.
“Trouxemos a cultura para dentro da fazenda há 25 anos, apenas para o nosso consumo, e há 14 anos implantamos os pomares comerciais que hoje contam com mais de 3000 plantas. As primeiras matrizes foram trazidas por um familiar diretamente da Bolívia”, explicou o produtor.
Segundo o produtor, chegar ao ponto de comercialização não é fácil e leva algum tempo: as mudas de achachairu demoram em torno de três anos para serem transplantadas e mais oito anos para frutificarem. Esse é um dos fatores que torna a fruta é tão rara e desejada. Desta forma, uma produção como a do município, se destaca no país.
Hoje, a produção da Fruticultura Matutina alcança lugares por todo o mundo: “A maior parte da produção é exportada ou vai para outros estados, como São Paulo. Além de atender a atacadistas, distribuidores e varejistas hoje enviamos para qualquer pessoa física em qualquer lugar do pais através do nosso site”, relatou Abel.
Capital Estadual do Achachairu
Por seu destaque na produção e comercialização do fruto, Itarana pode passar a ser reconhecida como a Capital Estadual do Achachairu. Em fevereiro, o deputado Dary Pagung (PSB) apresentou à Assembleia Legislativa o Projeto de Lei (PL) 43/2025, que propõe que o município receba o título, reconhecendo o a importância desse comércio para o município.
O Projeto de Lei ainda ainda está em andamento na Assembleia Legislativa e, portanto, o título ainda não é oficial.

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