Com a chegada do Ano Novo, os fogos de artifício voltam a colorir o céu e fazem parte da celebração de muitas famílias, seja em grandes eventos públicos ou em festas particulares. O uso desses artefatos, no entanto, exige atenção e cuidados básicos durante o manuseio, especialmente para evitar acidentes que podem causar queimaduras na pele e danos aos olhos.
De acordo com o oftalmologista Cesar Ronaldo Filho, do Hospital de Olhos Vitória, este é um período em que aumenta o número de atendimentos relacionados a lesões oculares provocadas por fogos de artifício e por acidentes domésticos típicos das festas de fim de ano, reforçando a importância da prevenção e do uso responsável desses produtos.
“Já tivemos, na noite da virada, em nossa emergência, paciente com lesão ocular grave causada por fogos de artifício e também um caso em que a rolha de champanhe atingiu diretamente o olho com tanta força que foi necessária cirurgia. Por isso, há seis anos o Hospital de Olhos Vitória funciona 24 horas por dia e mantém plantão oftalmológico, inclusive durante o Natal e o Réveillon, para atendimento de emergências oftalmológicas”, relata o médico. De acordo com ele, são situações evitáveis, mas recorrentes nessa época do ano.
O oftalmologista explica que os acidentes acontecem tanto pelo impacto direto quanto pela onda de choque causada pelo deslocamento de ar, além do calor, da fumaça e das partículas químicas liberadas durante as explosões.
“Quando os olhos entram em contato com estilhaços ou com a explosão dos fogos, há risco de queimaduras, perfurações e até perda da visão, dependendo da gravidade do acidente. O pó químico também pode causar irritações importantes”, afirma.
Olhos estão entre as áreas mais vulneráveis
Os olhos são estruturas expostas e sensíveis, o que aumenta o risco de lesões durante o uso ou a proximidade de fogos de artifício. Mesmo faíscas pequenas podem provocar danos relevantes à córnea, às pálpebras e à conjuntiva.
Segundo Cesar Ronaldo, a fumaça quente gerada pelos fogos pode causar ardor, lacrimejamento e ressecamento ocular. “Em situações mais intensas, o calor compromete a camada de proteção dos olhos e pode causar lesões na córnea”, explica.
Tipos mais comuns de lesões oculares
Entre os acidentes mais frequentes estão as queimaduras térmicas provocadas por faíscas, que atingem a superfície do olho e as pálpebras. Partículas de pólvora também são comuns e podem arranhar a córnea, causar inflamação e, em alguns casos, provocar queimaduras químicas, consideradas mais graves.
Os casos mais severos envolvem resíduos metálicos e estilhaços. “Esses fragmentos podem perfurar o globo ocular, atingir estruturas internas como a retina e o nervo óptico, e causar infecções, hemorragias e perda visual irreversível”, alerta o oftalmologista.
O que fazer em caso de acidente
A primeira orientação é não esfregar nem pressionar os olhos. Em queimaduras térmicas ou químicas, o ideal é lavar imediatamente com soro fisiológico, deixando o líquido escorrer por alguns minutos. No caso de queimaduras com cal ou cimento, deve-se limpar o olho por fora com uma toalha de papel macia e evitar lavar diretamente o olho, procurando atendimento médico imediatamente.
“Não se deve tentar retirar partículas com os dedos ou cotonetes, nem usar colírios sem orientação médica. Dor intensa, vermelhidão, visão borrada ou sensação persistente de areia exigem atendimento oftalmológico imediato”, reforça Cesar Ronaldo.
Em casos de perfuração ou corpo estranho profundo, a recomendação é não tentar remover o objeto, cobrir levemente o olho com gaze limpa e procurar uma emergência oftalmológica.
Rolhas de champanhe também oferecem risco
Além dos fogos, outro acidente comum nas celebrações envolve rolhas de champanhe. A pressão interna da garrafa pode lançar a rolha em alta velocidade, atingindo diretamente os olhos.
“O impacto pode causar contusões, sangramentos internos e até perfuração do globo ocular”, explica o médico. A orientação é abrir a garrafa apontando a rolha para longe do rosto e das pessoas ao redor, sem agitar excessivamente.
Prevenção é a principal proteção
Para reduzir os riscos, a recomendação é evitar o manuseio de fogos de artifício, manter distância segura e priorizar apresentações profissionais.
“Apenas adultos devem acender fogos, sempre em locais abertos e nunca apontando na direção de pessoas. Um descuido pode resultar em dano permanente à visão”, conclui.
O Hospital de Olhos Vitória funciona 24 horas há seis anos e mantém plantão todos os dias, inclusive durante o Natal e o Réveillon, para atendimento de emergências oftalmológicas.

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