Atualizado em 06/12/2024 – 18:31
Treze pessoas, suspeitas de ligação com o Primeiro Comando de Vitória (PCV), foram denunciadas após a Polícia Civil do Espírito Santo, por meio do Centro de Inteligência e Análise Telemática (CIAT) e com o apoio da Subsecretaria de Inteligência da SESP (SEI/SESP), concluir uma investigação que começou em setembro deste ano. As informações foram passadas em coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira (6).
A Operação Machine Head foi uma ação da Polícia Civil para combater atividades criminosas ligadas ao PCV. O objetivo era cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra familiares de líderes da facção que, segundo investigações, atuavam como intermediários, repassando ordens de dentro da Penitenciária de Segurança Máxima II, em Viana, para membros do grupo fora da prisão. Essas ordens incluíam a gestão de territórios dominados pela facção, planejamento de ações violentas, como homicídios de policiais, e a logística para levar drogas ao presídio.
“Nós conseguimos obter informações do transporte de recados dentro do Presídio de Segurança Máxima I, que seriam transportados por familiares e por advogados. […] Eles traziam informações para fora, para os subordinados cumprirem as ordens que eram emanadas de lá”, relatou o coordenador do Centro de Inteligência e Análise Telemática (Ciat), delegado Alan Moreno de Andrade.
A investigação apontou que grande parte das ordens da facção era transmitida por meio de familiares e, em alguns casos, por advogados. Segundo os investigadores, foi identificada a possível participação de profissionais da advocacia que, utilizando o direito de visita aos presídios, estariam facilitando a comunicação para práticas ilícitas. Entre os detidos estão sete mulheres.
O delegado Alan Moreno explicou que a polícia conseguiu comprovar, por meio da investigação, a participação de ao menos quatro indivíduos de dentro do Presídio de Segurança Máxima I, que emitiam as ordens.
“Conseguimos delimitar diversos catuques envolvendo atos criminosos. Queremos deixar claro que não é proibido o preso ter contato com o familiar. O que é proibido é o preso dar ordem criminosa de dentro do presídio, passando por um familiar, passando por um advogado.”
Mapeamento do crime organizado
A Polícia Civil também revelou o mapeamento atualizado do crime organizado no Espírito Santo, destacando as áreas de atuação das principais facções. O PCV domina grande parte das regiões centrais, com o Complexo da Penha sendo identificado como o principal reduto do grupo. Já a Ilha do Príncipe foi apontada como um dos focos de controle do Primeiro Comando da Capital (PCC). Pequenos territórios são ocupados pelo Terceiro Comando Puro (TCP), que mantém vínculos com a organização homônima do Rio de Janeiro. Veja abaixo o mapa:
O delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, explicou que as prisões representam apenas uma parte da organização criminosa que foi retirada e que a polícia já está atenta de que o grupo está se expandindo pelo Espírito Santo.
“Nós temos que colocar barreiras para impedir que eles levem seus ‘tentáculos’ para outros municípios. Já foram feitas prisões no Sul, Norte e Noroeste do Estado com relação a essa organização. Então é um trabalho muito importante e agora começará também a parte de descaracterização, para que eles não tenham mais condições de retornar às suas atividades”, disse.
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