Atualizado em 08/03/2025 – 14:13
A história do Espírito Santo está repleta de mulheres marcantes, que realizaram grandes feitos e conquistaram espaços importantes. Apesar da grande importância, os nomes dessas ainda mulheres são desconhecidos por muitos capixabas.
Para celebrá-las e manter seu legado vivo, neste Dia Internacional das Mulheres, o VIXFeed te apresenta cinco mulheres que estiveram à frente de seu tempo e ganharam destaque no estado e nacionalmente. São elas: Maria Ortiz, Verônica da Pas, Carmélia Maria de Souza, Rosa Helena Schorling e Emiliana Emery.
Maria Ortiz
Considerada a primeira jovem heroína do estado, Maria Ortiz teve papel fundamental no combate aos invasores holandeses ao Estado no século XVII. De acordo com relatos históricos, ela tinha 21 anos quando os holandeses tentaram subir a Ladeira do Pelourinho para tomar a cidade. Maria Ortiz, que morava no local, liderou a resistência jogando água fervente e pedras sobre os invasores. Seu ato de coragem incentivou outros moradores, que ajudaram a repelir os atacantes e garantiram a vitória dos portugueses e locais contra os holandeses. Hoje, no local histórico onde tudo aconteceu, fica a Escadaria Maria Ortiz.
Maria Ortiz cravou sua marca na história do Espírito Santo, como exemplo de resistência, força e participação feminina. Sua memória é preservada como um ícone do orgulho capixaba.

Verônica da Pas
Nascida em Minas Gerais, Verônica da Pas veio para o Espírito Santo para estudar e aqui ganhou destaque. Ela foi Médica psiquiatra, em uma época na qual poucos tinham o privilégio de cursar o ensino superior, sobretudo em medicina. Verônica da Pas foi uma grande defensora da desinstitucionalização da saúde mental.
Além disso, a psiquiatra era militante do movimento negro, propulsora do movimento de mulheres negras no Espírito Santo e precursora em várias frentes da luta feminina. Verônica foi a idealizadora e primeira coordenadora do Museu Capixaba do Negro (Mucane), situado no Centro Histórico de Vitória. Após a sua morte, o espaço passou a se chamar Museu Capixaba do Negro Verônica da Pas.

Carmélia Maria de Souza
Jornalista, mulher negra, lésbica e autodidata, Carmélia Maria de Souza se consagrou como uma das mais importantes cronistas do Espírito Santo. Chamada de “Cronista do Povo”, ela teve seus escritos reunidos na obra póstuma “Vento Sul”.
Carmélia foi pioneira nas atitudes de liberdade e afirmação dos direitos da mulher.Além disso, foi uma importante liderança negra no Espírito Santo, conhecida por sua atuação na valorização da cultura afro-brasileira e na luta contra o racismo. Seu nome está ligado à defesa dos direitos da população negra e à preservação de sua memória e identidade no estado.
Em sua homenagem, o Centro Cultural Carmélia Maria de Souza, em Vitória, foi criado como um espaço de promoção da arte e da cultura, reforçando seu legado de resistência e representatividade.

Rosa Helena Schorling
Rosa fez história ao se tornar a primeira mulher piloto do Espírito Santo em 1939, com apenas 19 anos, e a oitava aviadora do Brasil. Dois anos depois, tornou-se a primeira mulher a saltar de paraquedas no país, enfrentando preconceitos em uma época em que a aviação era dominada por homens. Ela realizou 137 saltos de paraquedas ao longo da vida e abriu caminho para outras mulheres no esporte.
Além da aviação, Rosa foi enfermeira, professora e pianista, mas seu grande amor sempre foi voar. Mesmo enfrentando resistência da sociedade conservadora, incluindo pelo fim de um noivado, seguiu determinada. Rosa faleceu em 2017, aos 98 anos, após uma queda, deixando um legado pioneiro para a aviação e o paraquedismo feminino no Brasil.

Emiliana Emery
Emiliana foi a terceira mulher no Brasil e a primeira capixaba a conquistar o direito de votar, em 1929, quando a Constituição ainda não assegurava esse direito às mulheres. Determinada, solicitou seu alistamento eleitoral na Justiça, inspirando os movimentos feministas da época.
Nascida em 1874, durante o Império, casou-se aos 13 anos e ficou viúva aos 20, precisando trabalhar para sustentar seus sete filhos. Empreendedora pioneira em Guaçuí, abriu uma padaria e um hotel, que se tornou ponto de encontro político. Também foi a primeira mulher da cidade a atuar como alfaiate.
Engajada na política, ajudou a liderar o movimento pela emancipação de Guaçuí, conquistada em 1928. Sua luta pelo voto feminino antecipou a aprovação do sufrágio para todas as mulheres no Brasil, garantido pelo Código Eleitoral de 1932.


Receba, semanalmente e sem custos, os destaques mais importantes do ES, do Brasil e do mundo diretamente no seu e-mail.