Atualizado em 13/12/2024 – 13:59
A história do professor da rede municipal de Cariacica, Léo Augusto Tarilonte Júnior, de 52 anos, é um exemplo de superação, dedicação e inclusão. Com apenas 5% de visão, ele driblou os desafios impostos pela limitação visual e se tornou um agente de transformação na vida de muitas crianças.
Nesta sexta-feira, dia 13 de dezembro, é celebrado o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Visual, uma data que serve de oportunidade para evidenciar os grande exemplos inseridos na sociedade, como é o caso do professor. Formado em Letras, ele iniciou sua carreira na educação especial em 2005. Desde então, tem desempenhado um papel fundamental na inclusão de alunos com cegueira, baixa visão ou visão subnormal.
Atualmente, ele atua na educação especial na Escola Municipal Ensino Fundamental (Emef) Euvira Benedito, em Novo Brasil, Cariacica, onde atende um aluno do 5º ano com baixa visão. Para auxiliar o estudante, ele materiais e utiliza ferramentas como o soroban, um instrumento para cálculo mental que facilita o aprendizado de Matemática.
“Eu atendo um aluno no contraturno. Ele estuda à tarde, faz o atendimento pela manhã, e temos feito um trabalho bom. A escola é muito receptiva à inclusão. O nosso trabalho é de adaptação do material, mas no caso dele, que tem baixa visão, fazemos esse trabalho com soroban, pois ele relatou que estava com dificuldades em Matemática”, explicou.
Além do trabalho com o aluno de baixa visão, o professor também utiliza braille para ensinar alunos com cegueira total.
“Desde quando comecei aqui em Cariacica, migrei para a educação especial. Normalmente, eu trabalho com alunos com cegueira total, pois tenho só 5% de visão. Uso braille no meu dia a dia e também alfabetizo em braille, além de desenvolver o trabalho da Matemática com eles. Sempre fui muito bem acolhido nas escolas em que trabalhei, a educação especial é bem aceita, nunca tive obstáculos”, afirmou.
Alfabeto em braille impresso em 3D
A inclusão já faz parte da Emef Euvira Benedito. Por lá, a escola tem a tecnologia como aliada para tornar o aprendizado mais acessível, através do uso de impressoras 3D. Com elas, os professores conseguem produzir materiais didáticos em relevo e os alunos aprendem também tocando os objetos.
Mapas que antes eram apenas imagens, ganharam contornos e detalhes que podem ser explorados pelo tato, o que é muito importante, principalmente para alunos com deficiência visual ou autismo.
A Emef Euvira Benedito é apenas uma das 75 escolas municipais que receberam ao menos duas impressoras 3D. A Secretaria Municipal de Educação informou que também investiu na formação de professores e na implementação do equipamento, trazendo uma nova forma de ensinar.


Receba, semanalmente e sem custos, os destaques mais importantes do ES, do Brasil e do mundo diretamente no seu e-mail.