Exposição sobre a Baía de Vitória marca a estreia do Armazém 5

Atualizado em 30/10/2025 – 17:10

Após passar por uma reforma e revitalização, o Armazém 5, localizado do Porto de Vitória, abre as portas para o público capixaba como um novo espaço cultural no Centro de Vitória. Nesta quinta-feira (30), às 19 horas, acontece a inauguração do local com a estreia da exposição “Baía de Vitória: Outras Margens Possíveis”, que propõe um olhar plural sobre a Baía de Vitória, sua história e relação com a população e o meio ambiente através das obras de 15 artistas. A entrada é gratuita.

O Armazém 5 integra o conjunto de galpões históricos revitalizados pela Vports, concessionária responsável pelos terminais da Capital e de Vila Velha, e agora passa a ser gerido pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult). O espaço, público e multiuso, será voltado a atividades de arte, design, gastronomia e formação cultural, com o objetivo de fortalecer o desenvolvimento urbano e criativo do Centro de Vitória.

O Secretário da Cultura do Espírito Santo, Fabrício Noronha, descreve a ocupação dos Armazéns como o início da realização de um sonho que potencializará a vocação cultural do Centro de Vitória.

“Acredito que a gente não tenha tido, nas últimas décadas, um volume tão grande como esse de investimento no Centro de Vitória, em cultura e educação, que tem o potencial, no final das contas, de muita transformação. O Centro já tem uma vocação ligada à cultura, os principais espaços culturais, sejam públicos e privados do Estado, como museus e galerias, estão aqui. Tem uma cena de gastronomia, de ateliês e toda sorte de tipos, de espaços culturais que ficam nesse território. O Centro já pulsa cultura, já pulsa essa vida e esses projetos dos armazéns, ele reforça e potencializa isso” afirma Noronha.

O espaço passou por obras de recuperação estrutural, tratamento de infiltrações e reforma das fachadas — que foi concluída em junho de 2024 —, com foco na preservação e no uso cultural, educativo e social do espaço. O projeto contou com um investimento total estimado em R$ 100 milhões, provenientes de recursos públicos e privados. O projeto é fruto de parceria entre o Governo do Estado, Vports, Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Instituto Cultural Vale.

Baía de Vitória: Outras Margens Possíveis

A exposição que inaugura o espaço volta o olhar para a Baía de Vitória, que conecta a capital aos municípios de Vila Velha, Cariacica e Serra, para propor uma reflexão sobre novas formas de convivência e pertencimento nesse território, integrando história, natureza e cidade.

Com curadoria de Napê Rocha, Clara Pignaton e Mara Pereira, a exposição busca sensibilizar a sociedade sobre a importância da baía, refletindo sobre as transformações culturais, sociais e ambientais da região através de obras de 15 artistas, escolhidos através de uma chamada aberta: Amaná, Ana Luzes, Carla Désirée, Farley José, Gabriela Gaia, Ione Reis, Jaíne Muniz, Jenni Prélio, Jessica Barcellos, João Coser, Juliana Almeida, Julio Tigre, Natan Dias, Rick Rodrigues e Yuriê Perazzini.

“O objetivo do projeto como um todo é trazer esse olhar para a Baía de Vitória, em relação à parte social, cultural, histórica, à questão das águas, à questão ecológica. A gente tem todo esse potencial aqui, que passa despercebido no dia a dia. Nós tivemos 250 inscritos e foram selecionados 15 artistas por um júri especializado e os trabalhos dos artistas dialogam com todas essas histórias que precisam ser revisitadas, como a questão da ocupação, da expansão da área territorial com os grandes aterros que essa área toda sofreu”, destaca Angela Gomes, coordenadora do projeto “Baía de Vitória: Outras Margens Possíveis”.

Além da exposição, o projeto apresenta outras vertentes, como uma websérie que investiga as camadas de uso, transformação e pertencimento da baía ao longo das décadas, e trabalhos de estudantes de quatro escolas públicas: as Escolas Estaduais de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) dos Palmares (Serra), Cristo Rei (Cariacica) e Maria Ortiz (Vitória) e a Escola Estadual de Ensino Médio (EEEM) Godofredo Schneider (Vila Velha).

Com orçamento de R$ 498,6 mil, via patrocínio do Instituto EDP e recursos do Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo, por meio da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba (LICC), a exposição tem realização do Studio DAUS e apoio da Secult.