Determinação, paixão e uma vida inteira dedicada ao esporte. É assim que a atleta e professora aposentada Shirley Rosa, de 60 anos, descreve sua trajetória que agora ganha um novo capítulo: a classificação para a final mundial do Oceanman 2025, em Dubai. A competição é o maior circuito de natação em águas abertas para atletas amadores. A prova acontece no dia 6 de dezembro, às 9h, e ela competirá na categoria Sprint (2 km) com outros nadadores 60+, em Kite Beach.
A classificação para o Oceanman veio com surpresa. Ela contou que disputou a seletiva no Rio de Janeiro sem grandes expectativas, mas terminou a prova com tempo suficiente para garantir o 2º lugar em sua faixa etária — o que, segundo o regulamento, garantiu a vaga para o mundial. A confirmação veio por telefone: a organização entrou em contato para comunicar oficialmente sua convocação.
Desde então, Shirley e familiares iniciaram uma campanha para custear a viagem, que inclui passagens internacionais e hospedagem. Para participar, basta clicar no link AQUI.
“A minha vida só tem sentindo por conta do esporte”, afirma a esportista.

Uma vida de esporte
Mineira de Governador Valadares, criada no Rio de Janeiro e moradora do Espírito Santo há anos, Shirley tem uma longa história no esporte. Ainda criança, incentivada por professores de educação física da escola pública onde estudou, ingressou na ginástica artística através de um projeto social da antiga Suderj, no Maracanã. “Nunca tive grandes resultados, mas sempre amei o clima de competição. Era muito legal ver meu nome no jornal”, lembra.
Aos 15 anos, com a mudança da família para o interior de Minas, ela migrou para o atletismo. Representou escolas e o estado em competições nacionais, como os Jogos Estudantis Brasileiros (JEBs), atuando principalmente nas provas de arremesso de peso, lançamento de disco e dardo. “Viajávamos muito pelos Jogos Estudantis Brasileiros. Todas as minhas lembranças têm o esporte no meio”, conta.
O sonho de cursar Educação Física a levou para terras capixabas: foi aprovada no vestibular da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). “Estudei feito uma condenada”, relembra, rindo. “Vim morar num quartinho na laje em Jardim América. Não tinha nem banheiro, mas era a oportunidade que eu tinha.” Durante a graduação, bateu recordes estaduais nas provas de arremesso e representou a universidade nos Jogos Universitários.
Recomeço nas águas abertas
Foi apenas após a aposentadoria, em 2017, que Shirley se reencontrou com a competição, desta vez no mar. Em 2020, começou a nadar como forma de lazer. Mas em pouco tempo, decidiu levar os treinos a sério. Em 2021, passou a integrar uma equipe especializada e a disputar travessias por todo o país. “Falei que não ia competir, só curtir. Mas não aguentei muito tempo e fui procurar uma assessoria”, revela.
Entre as conquistas, soma pódios em provas em Capitólio (MG), Rio de Janeiro, Guarapari e Vitória. Em 2022, mesmo após uma cirurgia no joelho, surpreendeu ao voltar aos treinos com auxílio de cadeira de rodas e, pouco depois, voltar a competir.
“Aprendi a não desistir. Se eu tiver um tempinho ruim, analiso o que deu errado, volto, treino mais e tento de novo”, conta.


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