O setor de petróleo e gás capixaba paga um dos melhores salários médios do país. Segundo a 8ª edição do Anuário da Indústria do Petróleo e Gás Natural no ES do Observatório Findes, o salário médio do segmento é de R$ 9.225,14, quase 7% superior à média nacional. Com ele, o Espírito Santo ocupa a segunda colocação entre os estados, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro.
O presidente da Findes, Paulo Baraona, explicou que a indústria de petróleo e gás é um segmento muito forte que está sendo investido no Estado e que tem uma cadeia de fornecimento com empresas muito qualificadas, com os empregos com os melhores salários do país.
“Tanto é que o Espírito Santo é o estado que tem a maior média salarial do setor, ficando acima da média nacional. As empresas instaladas no Espírito Santo valorizam muito ter uma mão de obra qualificada e isso significa boas oportunidades para quem quer trabalhar“, apontou.
De acordo com Baraona, o salário médio mais elevado pode ser atribuído à presença de atividades de alto valor agregado, como a exploração e produção, que demandam profissionais com maior qualificação e experiência. “O nosso Senai vem capacitando diariamente milhares de trabalhadores para atuar neste e em outros segmentos da indústria capixaba. Precisamos de profissionais qualificados”, afirmou.
A indústria do petróleo e gás no Espírito Santo empregou mais de 15 mil trabalhadores formais, segundo o dado mais recente, de 2023, o que representou 1,4% do total de empregos do Estado nesse mesmo ano. Já em nível nacional, essas atividades foram responsáveis por 503.897 vínculos formais, sendo a cadeia de petróleo e gás capixaba responsável por 3% dessa parcela de trabalhadores.
“Quanto à remuneração, os profissionais da cadeia produtiva do óleo e gás no Espírito Santo receberam, naquele ano, um salário médio de R$ 9.225,14, enquanto a média nacional foi de R$ 8.625,72. A diferença é de quase 7% na remuneração recebida pelos empregados no Espírito Santo, quando comparada com a média do restante do país. A diferença reflete não apenas a valorização da mão de obra no Estado, mas também a complexidade e a especialização das atividades desenvolvidas nessa indústria”, comentou a gerente executiva do Observatório Findes e economista-chefe da Findes, Marília Silva.
Segundo o Anuário, os profissionais do Espírito Santo estão distribuídos em mais de 600 empresas formais atuantes na cadeia produtiva de petróleo e gás natural, o que corresponde a 2,2% de todas as empresas do segmento no país.
Entre os segmentos que compõem essa cadeia, as Empresas Fornecedoras detinham a maior concentração, representando 81,9% do total no Espírito Santo, seguido pelas empresas que operam no segmento de Abastecimento (9,6%), Exploração e Produção (6,4%), Petroquímicos (1,1%) e Derivados de Petróleo (1,0%). Em 2023, dado mais recente divulgado, a cadeia produtiva do petróleo e do gás natural capixaba cresceu 8,3%, com destaque para o elo da Cadeia Fornecedora que adicionou 33 novas empresas, um crescimento de 7%.
Como foi feito o cálculo da média salarial
O cálculo da média salarial leva em consideração a média dos salários das atividades dos cinco elos da cadeia produtiva de petróleo e gás presentes no Espírito Santo, tendo como base os dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais 2023) do Ministério do Trabalho e Emprego. Após reunir os dados, é feita a média salarial por Estado.
Os cinco elos da cadeia produtiva do petróleo e gás no Estado são:
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Exploração e produção (composta pelas atividades de extração de petróleo e gás natural e suas atividades de apoio);
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Derivados de petróleo (atividades relacionadas ao processamento do petróleo e do gás natural);
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Abastecimento (processos de transformação e comercialização dos produtos de petróleo e gás);
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Petroquímicos (ramo da indústria química que usa o petróleo e gás natural como insumo);
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Cadeia fornecedora, onde estão inseridas as atividades industriais que fornecem produtos e serviços específicos para as atividades de exploração e produção.
O gerente de ambiente de Negócios do Observatório Findes, Nathan Diirr, explicou que essa segmentação foi estruturada com base na realidade produtiva do Espírito Santo, refletindo as atividades efetivamente presentes no Estado.
“A cadeia produtiva de petróleo e gás no capixaba não contempla todas as etapas presentes na nacional. No Brasil, por exemplo, existem elos adicionais como o refino. Assim, a cadeia produtiva de petróleo e gás no Espírito Santo é uma adaptação da cadeia nacional, moldada de acordo com as vocações regionais, mas integrada ao complexo energético brasileiro. Essa adaptação nos permite comparar dados, como salário e empregos, do ES com outros Estados usando os mesmos critérios”, comentou.

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