Atualizado em 10/07/2025 – 08:50
Um novo estudo divulgado neste mês pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), a partir de dados do Censo Demográfico de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), relevou que as mulheres estão sendo mães cada vez mais tarde no Espírito Santo.
O estudo mostrou mudanças no comportamento reprodutivo das mulheres. No Espírito Santo, a idade média da fecundidade passou de 26,82 anos em 2010 para 28,57 anos em 2022. Também apontou que, no estado capixaba, o índice foi de 1,62 filho por mulher, enquanto no Brasil a taxa foi de 1,55 em 2022. Ambos valores estão abaixo do nível de reposição populacional (2,1 filhos por mulher), valor necessário para garantir a estabilidade da população ao longo do tempo.
A análise, que leva em consideração variáveis como idade, grau de instrução, religião, cor/raça e número de filhos, confirmou a queda acentuada na Taxa de Fecundidade Total (TFT), tendência observada nas últimas décadas.
Recortes
O número absoluto de mulheres com 12 anos ou mais que tiveram filhos nascidos vivos aumentou no estado capixaba, passando de 967.510 em 2010 para 1.106.928 em 2022. Entre as adolescentes de 12 a 14 anos, o percentual é menor: em 2022, foram 0,10% no Brasil e 0,08% no Espírito Santo.
Já o número médio de filhos nascidos vivos por mulheres de 50 a 59 anos também apresentou redução: caiu de 2,9 para 2,1 no Espírito Santo e 3,0 para 2,2 no Brasil como um todo.
No recorte por raça, o estudo mostra que mulheres pretas de 12 anos ou mais tiveram mais filhos em 2022 do que em 2010 no Espírito Santo. Entre mulheres indígenas, este dado também aumentou no estado: de 3.031 mulheres indígenas de 12 anos ou mais que tiveram filhos nascidos vivos em 2010, para 4.969, em 2022.
No tópico religião, o percentual de mulheres católicas apostólicas romanas que tiveram filhos foi menor em 2022 na comparação com 2010. E se tratando do recorte etário, o grupo que se destacou em 2022 foi o de mulheres de 40 a 44 anos, em que a maioria ficou na faixa de dois filhos.
Houve um aumento na proporção de mulheres com Ensino Superior completo em 2022, tanto entre mulheres indígenas quanto não indígenas, no Espírito Santo e no Brasil como um todo. O estudo também mostrou que a proporção de mulheres indígenas com 50 anos ou mais que tiveram filhos nascidos vivos foi de 45,68% no Espírito Santo em 2022, número muito próximo ao das mulheres não indígenas da mesma faixa etária, que registraram 45,78%.
A coordenadora do Observatório MulherES, Letícia Furtado, destaca a importância do estudo para o planejamento de políticas públicas. “A análise desses dados nos permite enxergar, com mais clareza, as transformações demográficas que estão em curso. Entender o perfil da fecundidade no Estado e no País é fundamental para orientar ações governamentais que garantam o bem-estar da população e o equilíbrio das próximas gerações.”

Receba, semanalmente e sem custos, os destaques mais importantes do ES, do Brasil e do mundo diretamente no seu e-mail.