Atualizado em 09/07/2025 – 09:48
Uma fêmea de tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), espécie considerada a maior do mundo e em grave risco de extinção, apareceu na Praia de Jacaraípe, na Serra, nesta segunda-feira (8) para desovar. O animal tinha cerca de 1,55 metros de comprimento por 1,22 metros de largura de casco e, após depositar os ovos na areia, retornou para o mar em segurança.
A Polícia Militar Ambiental informou que foi acionada por pessoas que estavam na praia de a tartaruga havia aparecido na areia, ainda durante a manhã. Uma equipe se deslocou para o local e, juntamente com profissionais do Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (IPRAM), isolou a área. Segundo especialistas no local, o animal buscava uma área segura para realizar sua desova — um evento extremamente raro no litoral brasileiro.
As equipes adotaram protocolos específicos para evitar o estresse do animal, além de orientar a população sobre a importância de manter distância e evitar o uso de flash fotográfico ou barulhos excessivos, que podem interferir no comportamento natural da espécie.
A tartaruga-de-couro tem distribuição global, mas registra pouquíssimos pontos de desova no Brasil, o que torna ocorrências como esta ainda mais significativas para a ciência e para os esforços de conservação da fauna marinha. Na oportunidade, profissionais do IPRAM recolheram material genético do animal para estudos.
Após a postura dos ovos, a tartaruga iniciou os movimentos para retornar para o mar, mas segundo relatos de pessoas que estavam no local, parecia desorientada. Então, foi tomada a atitude de desligar todas as luzes da orla e o animal conseguiu chegar ao mar em segurança.

Tartaruga-de-couros
A tartaruga-de-couros é a maior espécie de tartaruga marinha do mundo, podendo chegar a mais de 2 metros de comprimento e pesar até 700 kg. Cada fêmea pode colocar cerca de 80 a 100 ovos por ninho, e pode fazer mais de uma desova por temporada.
É facilmente reconhecida por não ter um casco rígido como as outras tartarugas marinhas — em vez disso, seu dorso é formado por uma carapaça de couro escura, com pequenas manchas claras e sulcos longitudinais.
É também a que mais se aventura em águas frias, sendo encontrada desde regiões tropicais até áreas subpolares. Alimenta-se principalmente de águas-vivas e outros organismos gelatinosos, ajudando a controlar essas populações nos oceanos.
É uma espécie criticamente ameaçada de extinção devido à captura acidental em redes de pesca, destruição de ninhos, poluição (principalmente plásticos, que confundem com águas-vivas) e mudanças climáticas.
O vídeo abaixo foi feito pela bióloga Mayla Flos, que acompanhou o momento nas areias da praia de Jacaraípe e divulgou em suas redes sociais:
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